...
«posso contar pelos dedos da minha mão direita, o número de vezes em que toquei a tua pele. e sobra. decidi não relembrar o dia em que tudo começou, já passaram meses, mas achei supérfluo contar os dias. também acho que não os contas, ou que não tens onde os contar. ainda me deixas nervosa, e nem sempre sinto que tenho permissão para te tocar. assustas o que em mim ainda resta sentir. deito-me ao teu lado durante a noite e a intimidade que nos calha no olhar, não se deixa derreter até algo sólido. durmo do lado da janela, e apesar de querer, temo que o meu pé junto ao teu seja inapropriado. estranha relação, esta. onde falar é campo minado, onde tocar é algo escorregadio que por vezes perde a importância entre amantes. medo, metes-me medo.»
adele shulze. no velhos hábitos