Das palavras que nos cantam
Já lhe efectuei um roubo, e hoje, não resisto a perpetrar o segundo. Não sei se é o chegar ali e sentir-me presa, docemente emaranhada nas palavras, se é o sentimento em si, um sentimento que reconheço, que se adequa perfeitamente ao momento. A este preciso momento. Mais do que um roubo, um destaque, tão merecido, pela qualidade da escrita, pelo sentimento que desenha as palavras, pela pessoa que escreve. E começando a ler, não se consegue parar sem ler todas as palavras. Todas. Visitem, deixem que as palavras vos cantem aos ouvidos. Garanto-vos que assim o fazem. Aqui, no Não desistas de mim.
(Co)Existir
«O meu interior é tempestuoso e sombrio. Carrega um sentimento invisível e vazio. Sinto-me impotente para travar o seu desatino. Procuro na solução uma interrogação para resolver a sua questão. Começo pelo fim para impedir o início de acontecer. A minha mente confunde o meu coração e impede a sua evasão. Não é uma simples prisão, é por vezes uma ilusão. O reflexo engana na mesma proporção e assume a sua intromissão. Lentamente o dilema trava a sua batalha entre a razão e a emoção. Desalinhado observo sem reacção. A omissão é por demais evidente e a acção renitente. Perdido, continuo a persistir sem desistir. Ou somente a (co)existir.»