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Blue 258

Blue 258

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16
Jun21

«Mas um abraço, mesmo sendo toque, presença, conforto e lar, não tem de ser físico.

Há abraços sem braços e esses não são menos apertados. Nem menos presentes. Nem menos confortáveis. Nem menos seguros.

Há abraços sem braços, sem corpo e sem mistura de perfumes que são igualmente importantes.

Na distância também se abraça. E que bem que se abraça.»

no abraço da mariana

 

Abraço

15
Jun21

A Daniela, menina dos abraços,  resolveu abraçar outras palavras. Não é que ela não o fizesse já, mas agora lança o desafio a um amigo/blogger/autor da sua escolha e publica quinzenalmente no blog. O primeiro tema, como não podia deixar de ser, é o abraço. A primeira a abraçar foi a Mariana. E o abraço é amor que se dá. E se recebe, mesmo sem estar à espera.  Este é o abraço da Blue:

 

 

Abraço que é casa. Abraço que sabe a casa, a voltar para ti todos os dias. Abraço que sabe a sofá, a lareiras acesas, a chocolate quente. Abraço que sabe a piquenique no jardim. A limonada. A ti. Abraço que cheira a Primavera e a Outono.

Abraço que é porto de abrigo. Refúgio da tempestade, da noite fria, dos dias conturbados. Dos meus medos. Abraço que é paz. Tranquilidade. Segurança. 

Abraço que são as pequenas coisas. Abraço que é tudo. Que é tanto.

Abraço que é mãos nas mãos, nas tuas mãos, nos teus braços, no teu peito, no teu coração. Abraço que é sorriso. Lábios que sorriem, olhos que brilham. Tanto. Tanto.

Abraço que é o riso dos nossos filhos. Abraço que é o orgulho de um pai. Abraço que são os amigos que são família. Abraço que se sente sem tocar e perdura além fronteiras. Abraço que é este abraço de Viana do Castelo até aí, até ti, minha Daniela. Abraço que é este abraço que chega a quem quer que leia estas palavras. Abraço em forma de palavras. Abraço que se sente. Sempre.

Abraço-te. Tanto.

 

 

A Daniela.

31
Dez19

Esta miúda, a quem eu chamo de miúda, de minha menina dos abraços, mas que é mulher e um dos seres mais extraordinários com quem eu tive o prazer de me cruzar nesta vida. Este ser de luz que cruzou o meu caminho para me lembrar o que importa, para eu nunca perder o meu norte, para me guiar quando me desvio da rota em dias de tempestade e para me sorrir, sempre, nos dias de sol. Em qualquer dia. 

Esta miúda, a minha miúda, a minha menina dos abraços, esta mulher que é um assombro de mulher e que escreve. E como escreve! E diz tudo. Tudo o que eu quero dizer (e por vezes ainda sem eu o saber), tudo o que eu podia dizer, tudo o que eu sinto, tudo o que eu sei e ela me lembra. Assim, desta forma. Gentil, suave, discreta. E uma explosão cósmica quando deixas que te tatue o coração. Está escrito nas estrelas, Daniela. Para sempre. Tanto.

 

Os anos vão passando. E, quando olhas bem para dentro de ti, quando percorres cada pedaço do teu coração, onde guardas (só) o que importa, percebes que há coisas que tu vais aprendendo. Os anos vão passando e tu aprendes que, no meio deste mundo que te exige tanto e te tira tanta vida, afinal há muito poucas coisas que importam, há muito poucas coisas que tu precisas. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é morar em cada abraço. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é abraçar cada mão dada. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é entregar-te em cada olhar. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é sentir cada sorriso. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é curar em cada beijo. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é amar as tuas pessoas. As que ficam. As que ficam sempre. Para sempre. (E aprendes, também, que afinal as tuas pessoas não são tantas assim.) Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é tatuar corações com a tua vida. E deixar que outras vidas te tatuem o coração. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é agradecer cada milagre. E encontrar força para cada tempestade. Aprendes que afinal o que importa, o que tu precisas, é ser e viver, sempre, com o coração. É ser e viver, sempre, com amor. Os anos vão passando e tu aprendes que, no meio deste mundo que te exige tanto e te tira tanta vida, afinal a única coisa que importa, a única coisa que tu precisas, é o amor. Porque aprendes que afinal é o amor que te devolve a vida. Aprendes que afinal é o amor que te salva de tudo. Todos os dias. Para sempre.

 

Do amor. Sempre. Tanto.

 

 

E sabes o que é extraordinário, Daniela? A luz que se propaga, que se estende, de ti para mim, percebo agora que não fica por aqui. Não acaba em mim, não. Estende-se àqueles que eu ilumino e que tu, sem saberes, ajudas a iluminar também. E se me dizes que eu já tinha essa luz em mim, eu aceito, mas digo-te que hoje, hoje, a minha luz é mais forte porque dela faz também parte a tua. Tatuaste o meu coração. Tanto. 

 

 

Das sintonias

05
Nov19

Um post meu. Público.

Um comentário meu, privado, sobre esse mesmo post, a outra pessoa que não a Daniela*

[20:07, 03/11/2019] : E isso foi o q escrevi na sexta
[20:09, 03/11/2019] : há muitos tipos de colo. mas esse nem sei se poderei dizer que é o pior de todos. mas se é o pior de todos é o que consegue que o colo seja o maior de todos. porque tem de ser igual e na mesma medida que precisas no momento

No post da Daniela: "É que, por muitos caminhos que corras, no final de tudo, quando mais nada importa a não ser o que de verdade importa, tu só corres para o amor que te chega quando mais nada chega."

 

*Porque à Daniela eu não teria de explicar isto do colo; nem do abraço que é tanto. tanto. a nossa sintonia vem de longe, foi sendo pautada aqui e ali, nos nossos blogues ao longo dos últimos anos. e em privado. em privado, deixamos a sintonia marcar os dias e as conversas. porque a sintonia não se explica. sente-se. e por vezes encontra-se. habituada a esta sintonia como sempre estive, desde o primeiro momento em que nos conhecemos, hoje,  e nós que sempre fomos tanto de palavras, hoje, a Daniela conseguiu deixar-me sem palavras :)

Quando as palavras da Daniela parecem ter sido escritas só para mim

05
Nov19

Para quem corres?

No final de tudo, para quem corres? Quando mais nada importa a não ser o que de verdade importa, para quem corres? Quando não te resta nada, quando precisas de um lugar seguro para cair, para quem corres? Quando tens tudo, quando precisas de mostrar o teu coração a transbordar, para quem corres? Para quem corres, mesmo que em segredo, mesmo que só no silêncio do teu coração?

Para quem corres?

Quando precisas de um abraço que te envolva e te esconda do mundo, para quem corres? Quando precisas de uma mão que te resgate e te agarre bem, para quem corres? Quando precisas de um olhar que te invada por dentro e te toque a alma, para quem corres? Quando precisas de um sorriso que te pare o mundo e te salve o dia, para quem corres? Quando precisas de um beijo que te arrepie e te cure as dores, para quem corres?

Para quem corres?

É que, por muitos caminhos que corras, no final de tudo, quando mais nada importa a não ser o que de verdade importa, tu só corres para o amor que te chega quando mais nada chega.

Daniela, a menina dos abraços

 

"Um abraço daqueles"

07
Nov13

Há pessoas que falam a nossa linguagem. Que nos entendem. Que são como nós e pertencem a uma categoria diferente na qual não se encaixa qualquer um. Pessoas que percebem aquilo de que falamos sem termos de o explicar; para quê explicar se elas sabem do que falamos, conhecem o que escrevemos e lêem o que sentimos. Principalmente quando falamos de abraços. E aí, até nos completam as frases, escrevem o que tão bem (e também) sentimos e o publicam nos seus blogues.


um abraço. daqueles que nos esperam e que nos recebem quando chegamos a casa. daqueles que nos fazem deixar o mundo inteiro lá fora assim que entramos em casa, assim que entramos no abraço. daqueles que nos fazem esquecer tudo o que ficou lá fora. daqueles que fazem desaparecer os cansaços, as dores, os medos. daqueles que calam e acalmam tudo. daqueles que nos sossegam o coração. daqueles que nos abraçam para sempre. daqueles que (nos) fazem existir só dentro. só por dentro. deste abraço tão... abraço.


Daniela Barreira

What in this world keeps us from falling apart

12
Dez10

E a tarde acorda em mim a necessidade de me sentir inteira. Completa. De sentir o meu mundo encerrado num abraço. Naquele abraço. No teu.

 

*

 

I had to escape, the city was sticky and cruel
Maybe i should have called you first
But i was dying to get to you
I was dreaming while i drove
The long straight road ahead
Could taste your sweet kisses
Your arms opened wide
This fever for you is just burning me up inside

I drove all night to get to you, is that alright?
I drove all night, crept in your room
Woke you from your sleep, to make love to you
Is that alright? I drove all night

 

 

 

 

P.S. Ó gente, não resulta sentirmos as coisas e calarmo-nos. Não resulta. Silenciarmos o que amamos, o que odiamos, o que sentimos. Não resulta. Parece tão simples como carregar no mute. Mas esquecemos que nos calamos a nós próprios. E isso nunca é bom. Não pode ser bom.

 

 

 

 

* Não conhecia esta versão. Só tenho de agradecer ao David Fonseca pelo seu bom gosto tremendo.

 

# 51 Soulless or soulful

25
Out10

Trocamos o sofá pela cama. A luz das estrelas incide na clarabóia, projectando sombras aqui e ali, no quarto, nos lençóis, no meu corpo e no teu. O mar retumba no silêncio da noite. Ruge, querendo acordar a vida que há nos corpos extenuados. Nas almas exultadas.

 

Wake up
Look me in the eyes again
I need to feel your hand upon my face

 

Acordo e vejo-te dormir nos meus braços. Acaricio o contorno do teu rosto. A barba, aquela barba... Sorrio. Deslizo os dedos pelos teus lábios. Desenho carícias com a ponta dos dedos... na tua pele. Aproximo o rosto do teu: o teu perfume, o teu cheiro. O calor que emana do teu corpo. Beijo suavemente cada pálpebra adormecida. E deposito um beijo leve e doce nos teus lábios. Sorrio, e abraço-te forte. Acordo-te com um sorriso nos lábios e um sentimento que parece pulular em cada célula do meu corpo.

 

I think I might've inhaled you
I could feel you behind my eyes
You've gotten into my bloodstream
I could feel you floating in me

 

 

Pesa sobre mim o ritual do qual já te tornaste indissociável. Sucedem-se as imagens que conheço tão bem, repetidas vezes sem conta. O meu rosto no teu peito, naquele sítio, naquele. O teu cheiro, o teu perfume. A minha respiração que teima em te beijar o ombro, o pescoço. O meu olhar que segue os contornos do teu queixo, foge da tua boca, e vagarosamente, demoradamente, desenha a tua pele morena, só para depois desaguar no teu. A minha boca que se detém no teu beijo. Sorrio. A tua mão segura-me o rosto e os teus dedos acariciam os meus lábios. E esse sorriso malandro, esse, esse mesmo, esse sorriso maravilhoso, deliciado com a entrega desmesurada que sabes que é a minha. Gestos, rituais, tão próprios, tão teus, tão meus, tão... nossos.

Não falas. Sabes que comigo não é preciso falar. Sabes o que valem os silêncios comigo. Tanto, tanto... Ao veres o meu olhar embevecido - de que outra forma posso eu olhar para ti? - o teu abre-se num abraço, e sinto os teus braços rodearem-me e cingirem-me o corpo. E apertas-me, abarcas todo o meu ser nesse abraço. E eu estremeço, estremeço como se fosse de medo, mas não é de medo, é a certeza de todos os medos que me abandonam. Nos teus braços sinto-me segura. É o que me parece dizer-te a minha pele. Nos teus braços sinto-me segura.

Um abraço desenfreia o sangue adormecido, que aos poucos volta a circular frenético, quente, no meu corpo. Esse abraço não se move apenas pelo contacto da pele, pelo toque dos corpos, não. Esse abraço potencia o movimento do sangue no corpo, fazes do meu corpo o mar, do meu sangue, a força das marés. Tu... e esse abraço que é o teu.

 

 

 

...

15
Out10

«Hoje não precisas dizer nada. Não precisas fazer nada. Olha só para mim bem fundo e abraça-me. Aconchega-me toda em ti, no teu abraço. Toda em ti. No teu abrigo. A ouvir o teu coração bater. Escuta o meu. Fecha os olhos e escuta. E sente(-me). Como se tanto eu como tu tivéssemos nascido para este momento imortal. Quem sabe. Quem sabe

 

 

Daniela, no abraça-me bem

 

 

 

P.S. Palavra por palavra. Podiam ser minhas. Minhas. Tão minhas.