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Blue 258

Blue 258

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Crónica de uma morte anunciada

31
Mar18

Não, não venho aqui falar do livro de Gabriel Garcia Marquez. Não tenho lido grande coisa o que é típico meu nos primeiros meses do ano - percebi isso graças ao registo que fui fazendo dos livros lidos no blogue - e aprendi a aceitar(-me). Tenho mantido o blogue porque lá está, sou daquele tipo de pessoas que gosta de guardar tudo mesmo que já não lhe faça falta.

Faltava-me a inspiração para escrever e no entanto, sentia a necessidade de um registo diferente. Este ano aprendi que devemos libertar-nos daquilo que já não precisamos para fazermos espaço para algo novo. E deixar o Blue258 é isso mesmo: fazer espaço para criar um blogue novo. Não consigo sequer expressar em meras palavras o meu agradecimento a quem me acompanhou neste percurso e a quem me ajudou a crescer. Porque as histórias (e estórias) partilhadas são pedacinhos nossos. E eu por aqui deixei tantos pedacinhos de mim e levo tanto comigo. Tanto.

Levo daqui amizades. Portos de abrigo. Sorrisos. Lágrimas engolidas por rios tempestuosos porque sim, essas também fazem parte da vida.

Relembro hoje a razão que me impeliu a começar este blogue, a necessidade que sentia de pôr cá para fora aquilo que me atormentava cá dentro. Problemas da vida dos outros que pelo simples facto de as nossas vidas se entrelaçarem em dado momento, a tempestade quando chega, atormenta-nos a todos. Mas hoje decido partir por mim. 

Para explicar melhor o post anterior: despedi-me do meu emprego. Estava a adorar, é um facto, era excelente no que fazia e os elogios de hóspedes e parceiros era (e é) prova disso. Mas quando o nosso sucesso é difícil de engolir para a entidade empregadora, rapidamente percebemos que há ali um problema. Como a entidade empregadora não ia mudar, mudei eu. Não estás bem, muda-te. E foi o que eu fiz.

Temos de fechar portas para abrir janelas.

Se custa? Claro que custa. Mas sei que não há nada como sentir aquela sensação de alívio, o peso que retiramos dos ombros com uma simples decisão. 

Tal como fiz no meu último emprego, quis deixar a "casa" arrumada e pretendo fazer o mesmo por aqui. 

O meu agradecimento a todos os que fizeram da viagem do Blue258 uma viagem tão memorável e em especial à incrível equipa do Sapo e ao nosso amigo verde, o Sapinho.

Isto não é um adeus, é um até já.

Das ausências

27
Fev15

Tenho estado ausente ou por outro lado, semi-ausente. Continuo deste lado e até tenho vindo ao blogue porque vou tendo ideias que quero registar (my very own greenish notebook) e partilhar; abro o editor de posts, coloco lá a ideia principal e... népias. Como me parece que não consigo desenvolver a ideia - qualquer uma delas - guardo o rascunho e vou embora. Hoje é o dia (yes I can) em que vou pôr a limpo 3 ou 4 rascunhos guardados (or so I hope). Fingers crossed!

Não abandone as suas plantas no Verão

01
Set14

Na falta de um vizinho ou amigo que lhe possa ir regar as plantitas nas férias, leve-as consigo! Elas agradecem.

 

 

 

 

Se for viajar, coloque-as de férias no Hotel Mamma mia, que é como quem diz, peça à mãe para cuidar delas na sua ausência. Foi o que eu tive de fazer com as minhas. Como ia ter de me ausentar uma semana e na seguinte sabia que não teria tempo para cuidar das minhas plantas como devia, levei logo em Julho as minhas aromáticas para casa da minha mãe - estas precisam de rega quase diária - e pedi a um amigo para me ir regar a orquídea e as suculentas uma vez por semana. Findo o mês de Julho trouxe-as finalmente comigo e elas parecem ter gostado. 

 

 

 

Escusado será dizer, JAMAIS abandone os seus animais de estimação. 

Já agora, não abandone o seu blogue nas férias. O Sapinho agradece :)

Mimos

06
Nov13

A Blue não tem facebook, por isso imaginem a minha surpresa quando, através do meu facebook pessoal, vi este miminho:

 

 

 

E nós é que somos mimados. Tanto. Assim sem contar.

 

 

 

Blogue e coisas (palavras)

22
Jun13

Perdi as horas a rever posts antigos. A um ou outro, ajustei o espaçamento, adicionei a tag música onde via que estava em falta. Acabei por desistir de ajustar o espaçamento porque percebi, a dada altura, que o mesmo, ou a falta dele, se verificava em todos. Coloquei 6 posts em privado. Apenas 6. Privados, demasiado privados, achei eu. Nada de importante, nada de maior importância para o blogue. Desabafos, simples desabafos que se fazem à(s) melhor(es) amigas. Àquelas do peito. Cospe na mão e aperta aí. Qualquer coisa do género. 

 

Reli posts carregados de sentimento. Abismei ao ler coisas escritas (sentidas) por mim. Coisas. 

 

Ouvi músicas postadas (nunca gostei deste termo). Música boa. Alguma roubada - fazia parte de uma categoria aqui do blogue. Dava-me para trazer emprestado. Que é como quem rouba. Música, palavras. Que me diziam - disseram - tanto. Que por incrível que pareça, ainda dizem. Tanto.

 

Dei por mim a viajar na  minha própria vida. Foi giro. Uma volta no carrossel. Velocidade a mais e fico de cabeça tonta. Páro, acalmo e sigo. Há ali uns meses que por mim apagava. Sinto-me irritada, até. Porque será? Há ali uma altura da minha vida que por ter sido a altura que foi, a altura em que sufocava, sim sufocava, por falta de ar, mas por falta de algo muito mais importante. Que conta mais do que o ar que respiramos. 

Depois músicas que são... foram. Imagens. Porque associas e não dá como não o fazer. Tenho de te ligar, saber de ti. Há pessoas que marcam. Umas ficam, outras nunca foi suposto ficarem. 

                                                                                  ...

 

Continua a música boa, mas tão boa que dá gosto ouvir. Conforme recuo no tempo (blogue) percebo que escrevi umas coisas giras. Outras parvas (muito parvas). Tinha (ou tenho) o meu q.b. de miúda parva. Se me arrependo? De nada. Se faria tudo de outra forma? Já não teria sido eu a miúda parva daquela altura. Hoje seria diferente. Continuo a ser a mesma miúda parva que não gosta de dormir fora de casa. A não ser que a minha casa esteja comigo. Home is where your heart is, remember?


Encontro coisas (palavras) tão giras, tão giras, que um dia faço um best of. Com coisas minhas (que na realidade não são só minhas, são também de quem as lê), coisas roubadas que não eram minhas, mas a partir do momento em que as trouxe para aqui, passaram a ser minhas também. Blue258 não se fez (faz) sozinho. Fez-se com coisas minhas, coisas roubadas, e coisas que cá foram deixadas.

 

De propósito ou sem querer. Mas a verdade é que aqui guardo pedacinhos. Memórias. Valeu a pena esta coisa do blogue. 

 

 

O blogue fez dois aninhos...

08
Mar11

 

E eu deixei passar a data em branco. No início do mês, ou melhor, na semana passada, pensei: estou a esquecer-me do aniversário de alguém. De quem será? Afinal, era o da Blue. Vamos festejar: morangos e champagne. É a vontade que tenho. 

 

E pensar que este blogue já foi pele, paixão e...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[imagem retirada da net]

Feliz Ano Novo!

31
Dez10

 

 

«It took me nearly a year to get here. It wasn't so hard to cross that street after all, it all depends on who's waiting for you on the other side.»

Elizabeth, in My Blueberry Nights

 

 

 

 

Once I wanted to be the greatest
No wind or waterfall could stop me
And then came the rush of the flood
The stars at night turned you to dust

 

 

Fazendo agora uma retrospectiva do ano que passou, uma retrospectiva daquelas tão típicas de fim de ano, daquelas que parecem impor-se sorrateiramente, sorrio. Sorrio. O caminho que percorri. O que eu mudei, o que eu optei por mudar, o que eu consegui até agora, e tudo aquilo  que me proponho ainda alcançar. Se custa? Custa, e muito. Se se desanima? Também. Mas vale a pena. Isso, sem dúvida nenhuma.

E vale a pena mesmo sem termos quem nos espere do outro lado. Vale a pena a coragem, a força, a determinação para cruzar outros caminhos. Para voar. E mesmo sem termos quem nos espere, há sempre quem espere por nós, mesmo sem saber que nos espera. E nós, nós, mesmo sem saber, esperamos por eles também. E pode ser que nos encontremos, mais cedo ou mais tarde, numa dessas encruzilhadas que a vida nos apresenta.

 

Esperamos uma vida por alguém que faça a diferença. Que acrescente. Que nos acrescente. Que nos faça ver a força que temos dentro de nós. Que nos leve a voar de novo. E isso, isso, não tem preço. E quanto a ti, a ti, só posso dizer que um ano passou e continuo a ter-te na minha vida. E como foste, és, importante.

 

A todos os que me acompanham desde o ano passado: um bem-haja. Ergo o copo a vós, e brindo: foi bom ter-vos encontrado.  É bom ver-vos, ter-vos ainda na minha vida. Saber-vos à distancia de uma mensagem, de um email, de um telefonema, de um abraço.* Aos que se acabaram de juntar: um brinde a essa força maior que nos colocou na vida uns dos outros. Este ano, deixo-vos poucas palavras, mas compenso com algo ainda melhor: um abraço. Daqueles, que dizem tanto.

 

 

 

P.S. E será esta música a última do ano no blogue. E parece-me perfeita. Perfeita. Sinto que não poderia ser outra. Porque é isto que devemos desejar todos os dias. Porque é esta a força que nos deve fazer respirar todos os dias. Porque é o que eu espero de mim. Porque é o que eu que eu quero de vós.  O melhor que temos em nós. Feliz Ano Novo a todos.

 

 

* Palavras semi-roubadas.

...

01
Dez10
carência
s. f.
1. Falta do preciso.
2. Necessidade.
3. Privação.

O cair da noite  trouxe à flor da pele a falta que o meu coração sentia. Uma falta que apesar de não ser física, se torna latente em cada músculo, em cada fibra do nosso corpo. Um movimento, por mais leve que seja, aviva a dor do que pensas sentir. Traz à superfície o que pensavas esconder tão bem lá no fundo. O que colocaste num baú fechado a cadeado, e resolveste guardar, como um tesouro, bem no fundo do mar. Enterraste na areia fugidia, moveste pedras, temendo que mesmo assim se libertasse. Cobriste com a pressão das águas. Com a imensidão da profundidade. O  cair da noite reavivou a carência em  mim.

 

 

«posso contar pelos dedos da minha mão direita, o número de vezes em que toquei a tua pele. e sobra. decidi não relembrar o dia em que tudo começou, já passaram meses, mas achei supérfluo contar os dias. também acho que não os contas, ou que não tens onde os contar. ainda me deixas nervosa, e nem sempre sinto que tenho permissão para te tocar. assustas o que em mim ainda resta sentir. deito-me ao teu lado durante a noite e a intimidade que nos calha no olhar, não se deixa derreter até algo sólido. durmo do lado da janela, e apesar de querer, temo que o meu pé junto ao teu seja inapropriado. estranha relação, esta. onde falar é campo minado, onde tocar é algo escorregadio que por vezes perde a importância entre amantes. medo, metes-me medo.»

 

adele shulze. no velhos hábitos

Estava eu a ver o jogo do Sporting

01
Dez10

Não me perguntem porquê, mas estava efectivamente a ver o jogo colada à lareira, quando leio, naqueles placards electrónicos que delimitam o campo:

 

Blue Blue Blue Blue Blue Blue Blue

 

Os olhos arregalaram, o sorriso abriu, e pensei: só faltava o 258. Depois lembrei-me que tinha um post em aberto, que tinha algo para escrever, que tinha efectivamente deixado algo a meio.