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Blue 258

Blue 258

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Cães e gatos

23
Set14

O Koi nasceu numa casa onde já havia um cão, e quando o trouxe para casa quis habituá-lo à cadela lá de casa e habituar a cadela a ele. Aos fins-de-semana o Koi estaria sempre lá e eu queira que se dessem bem. Não foi difícil e depressa se tornaram amigos. Isto chegou ao ponto de eles dormirem os dois. Aqui está a prova disso:

 

Entretanto, o namorado meteu na cabeça que queria um cão e vai daí, trouxemos esta pequenita para casa em Agosto:

Claro que a minha principal preocupação era habituá-la à cadela lá de casa e ao Koi. Com a cadela estaria nas férias e ao fim-de-semana; o Koi pretendia trazê-lo connosco para Braga. Repeti o processo inicial, mas o Koi, ciumento que só ele, a principio não gostou da novidade e se me preocupava proteger a Jinx das unhas do gato, em poucos dias vi-me obrigada a proteger o Koi da Jinx! Ela faz dele gato-sapato. Literalmente. E o pior é que ele vai sempre atrás da cadela -.-

Como ia estar cá em Braga 15 dias sem ir a casa, optei por não o trazer, mas no próximo fim-de-semana, se tudo correr bem, viremos os quatro.

 

 

Digam lá que isto não é <3?

 

O Koi

23
Set14

O Koi era suposto ser gata, mas sempre que me perguntavam se era gato ou gata eu respondia "em principio é gata". Em principio porque eu não posso confiar em ninguém (já não é a primeira vez que isto acontece). O namorado queria chamar-lhe Koi quando ainda se supunha que era gata, mas o nome não pegava por alguma razao. Assim que percebi que afinal era gato sim senhor, senti o nome encaixar que nem uma luva. E finalmente, Margarida, blogosfera, apresento-vos o Koi:

 

 

 

O Koi está enorme, cresceu tanto, mas tanto... era tão pequenino:

 

Passou o verão lá em casa, com jardim, quintal, dois amiguinhos e muitas árvores (fruteiras) para trepar. Preocupava-me o facto de o trazer para um apartamento pequeno depois de estar habituado a tanto espaço. Ainda não veio, mas o motivo está deitado aos meus pés.

Era como um Domingo

15
Ago14

Preparou duas sanduíches: pão integral, uma fatia de queijo em cada uma, outra de chouriço, fiambre e tomate. Uma com maionese e a outra com molho béarnaise. Foi buscar uma cerveja fresca, colocou tudo num tabuleiro e foi sentar-se na mesa ao sol. Ainda não tinha terminado a primeira sanduíche e já bebera mais de metade da cerveja. Já na segunda sanduíche e terminada a cerveja, serviu-se da limonada que havia preparado ao inicio da tarde. Terminado o almoço, fez um cigarro - e voltou a pensar no motivo pelo qual o cigarro que se fuma depois de comer sabe tão bem; sem chegar e sem querer chegar a nenhuma conclusão em concreto - sentou-se na espreguiçadeira, voltou a pegar no livro e entregou-se novamente à leitura.

Sentia o corpo quente, seriam cinco da tarde, pensou. Eram seis. Deu mais umas voltas à piscina, e saiu. Bebeu mais um pouco de limonada já quente e fez um cigarro. Reparou que o guarda-sol já não lhe dava sombra, mas parecendo não se importar, sentou-se e continuou a ler. De repente, sem contar, uma rajada de vento inesperada fez baloiçar o guarda-sol; achou por bem levantar-se e fechá-lo. Fosse como fosse, já não lhe dava sombra e fechado ou aberto continuava a ser um guarda-sol. Voltou a sentar-se cruzando as pernas e regressou à leitura.

"É triste estar sozinha", pensou ela enquanto deslizava o olhar pela água, pelas árvores, desaguando no corte das casas que se viam ao fundo. Fechou o livro, que se aproximava perigosamente dos últimos capítulos - sucedia sempre o mesmo, ao chegar à recta final de um romance, obrigava-se a abrandar o passo para poder saborear até ao último momento - e fez mais um cigarro. Não se sentia só, nem se lamentava, não era de todo esse o sentimento quando o pensamento lhe ocorreu. Nem era como se lhe faltasse algo ou alguém. Sentia-se bem sozinha, tranquila ao sol a ler, assim sossegada. Se quisesse, poderia estar noutro lugar, acompanhada, ao invés de estar ali. Mas não foi essa a sua escolha. Preferiu estar sozinha, entregue às suas leituras e a apanhar banhos de sol e de piscina. A verdade é que gostava dos dias assim, de ter a cama só para si, de dormir e acordar sozinha. Não percebia, no entanto, se lhe faltava alguém que apreciasse o mesmo que ela ou se lhe faltava alguém que a apreciasse  a ela ao ponto partilhar uma tarde assim passada. De resto, sentia-se bem consigo mesmo, compreendia a evolução que se procedera nela para chegar àquele momento em que não precisamos de mais ninguém para nos sentirmos bem. 

Colocava sempre a espreguiçadeira naquele sitio, pois sabia que era onde morreriam os últimos raios de sol, mas as sombras que aos poucos se vinham apoderando do jardim, e enegreciam agora as águas azuis, ameaçaram assombrar-lhe o coração. Decidiu dar a tarde por terminada, e ir sentar-se ao computador para escrever. Pegou no tabuleiro do almoço, levou-o para a cozinha, deixou-o em cima da banca para mais tarde lavar a loiça e arrumar. A caminho da cozinha viu de relance os girassóis no quintal e lembrou-se de apanhar alguns para compor uma jarra. Apareceram então os três gatos que tinham estado toda a tarde desaparecidos - à sombra das folhas verdes no fresco do quintal. Fez um mimo no siamês e depois no seu Koi. Adorava aquele gato mas ainda se lembrava recorrentemente da sua Moggi, que poderia ou não estar com outras pessoas, e mesmo que estivesse, o seu nome não seria o mesmo, por isso seria uma gata a viver num mundo paralelo e por isso não seria a sua. "A Moggi já não existe". Achou que a págians tantas, ler tantos livros de Murakami com os seus mundos paralelos lhe começavam a toldar o raciocínio e optou por esquecer o assunto.

"Os girassóis alegram qualquer casa, e uma sala precisa de vida." Apanhou sete - o seu número da sorte. não que com isso tenha ganho alguma vez ao jogo - encheu uma jarra com água, aprumou-os e colocou-os na mesa da sala. Satisfeita, subiu e sentou-se em frente ao computador. Eram 19 horas em ponto. Abriu o dashboard dos blogues do Sapo e procurou no seu backup de música antigo o que queria ouvir. Acabou por escolher Grabiella Cilmi, vá-se lá saber por que razão mas depressa se arrependeu: soava-lhe demasiado a dance comercial e estava muito alto talvez por ter estado toda a tarde rendida ao silêncio da água, dos pardejos e de um carro ou outro que ocasionalmente passava na rua em frente.  Baixou o volume e sentiu-se muito melhor. Mas depressa se lembrou do que lhe apetecia ouvir: PJ Harvey. Algo consistente e bom, a atirar para o rockeiro

Ao olhar pela janela e como que a recordar o mundo lá fora, lembrou-se de fazer uma caminhada até à praia e assim terminar em grande aquela tarde de Domingo. Afinal, era como um Domingo.

Pó de pinheiro

22
Mar09

Bem antes da entrada da Primavera, já se via cá em casa e nas redondezas, o seu cartão de visita: o pó de pinheiro. Verde-amarelado, personalidade vincada, não desiste fácil: hoje lavo, amanhã está aí em força. Resultado do jogo: soleiras e parapeitos cobertos desta neve primaveril - vence o pó de pinheiro. Derrotada, bem esperava pela chuva, mas ao que parece, não vai ser pra já. Até os pobres dos gatos vestem a tendência da estação, esse verde-amarelado que me cobre todos os passeios. Se bem que é uma maravilha e um privilégio viver rodeada pela natureza, não há fuga possível a esse fenómeno tão característico que aos nossos olhos não é mais do que um grande inconveniente. Pior ainda, as alergias que a todos nos afectam - a uns mais, a outros menos - olhos a lacrimejar, nariz a pingar - até os gatitos por aí andam a espirrar.