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Blue 258

Blue 258

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<3

29
Jan20

E depois há pessoas que entram de mansinho, quase sem te aperceberes.  Que te inundam com toda a sua doçura. Mostraram-te a sua dor, a sua escuridão. Assim, sem meias medidas. Sem esperar. Sem pretextos. Estás aí, eu estou aqui e este é o meu oceano de dor. Esta é a minha escuridão. E eu ali, calada. A ver-te. A sentir-te.

I see you. I feel you.

 

Perdida num turbilhão que não era meu mas que reconhecia bem. E eu ali, calada. A ver-te. A sentir-te. A ver a tua luz, aquela luz que emerge no meio da tempestade que marca o horizonte. Aquela luz no meio da escuridão. A tua luz. A tua escuridão. 

I see you. I feel you.

 

Há pessoas que tu abraças com toda a sua escuridão. Com toda a tua luz e toda a tua escuridão. Pessoas que possuem uma luz que encanta. Acabas por nem conseguir perceber se foi a luz ou a escuridão que te atraiu na sua direcção. Nem importa.

Há pessoas assim. Pessoas que possuem uma luz imensa e que no meio da sua própria escuridão nem se apercebem que são luz. Mas são. São luz e escuridão. Como tu.

 

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06
Mar16

que nunca te chegue o que não te enche as medidas até transbordar. mas que não te encha de sufoco. sufoco só de sorrisos, de amor que não te caiba no coração, na alma, no corpo todo. que nunca te chegue o que não te faz sentir tanto. que nunca te chegue o que não te toca por dentro. que nunca te chegue o que não te brilha nos olhos e no sorriso. que nunca te chegue o que não te abraça com sabor a casa. que nunca te chegue o que não te salva do mundo. que nunca te chegue o que não te sabe ver de olhos fechados. que nunca te chegue o que não te sabe ouvir em silêncio. que nunca te chegue o que não muda o teu mundo. que nunca te chegue o que não te quer para sempre. que nunca te chegue o que não te cura o coração. que nunca te chegue o que não é amor. nunca menos que amor. que nunca te chegue o que não chega para ficar.

 

(a minha) menina dos abraços

 

 

E eu fico feliz. Fico feliz por saber o que quero, por saber (cada vez mais) quem sou. Posso ainda não saber para onde vou, mas sei que sigo caminho para algum lado. Parar é morrer e eu gosto de ventanias; deve ser por isso que adoro as caminhadas ao longo da praia e nunca me importo com o vento que me assoberba, quase me sufoca. Mas agora eu sei, agora eu sei que só o vento o poderá fazer e porque eu quero, porque eu deixo. Porque o vento pode atrapalhar-me a respiração, mas eu sei que logo a seguir inspiro profundamente e mostro quem é que manda. Deve ser por isso que sempre adorei mergulhar e só agora me apercebo disso. E nadar: a liberdade que sentimos.

E eu fico feliz. Fico feliz por continuar a encontrar o que sinto nas palavras dos outros.Porque andava eu a pensar nisto e eis que leio exactamente o que andava a sentir. Fico feliz por existirem pessoas assim, que são tanto, no meu mundo. Fico feliz porque me completam, porque me sustêm, porque são (lá está) o meu porto de abrigo. Fico feliz por ter tido quem me mostrasse que deixar que me sufoquem está errado. Fico feliz pelas pessoas que entraram na minha vida e me ajudaram a crescer. E devo-lhes tanto. E por isso também fico feliz. 

"Ainda há coisas boas, sabes?"

27
Jun13

Ainda há pessoas boas, sabes? Pessoas daquelas com "p" maiúsculo. Pessoas daquelas que são só coração porque o coração não deixa espaço para quase mais nada. Pessoas doces, meigas, gentis. Sinceras. Mas aquela sinceridade que não é aprendida: vem de dentro, é inata. E eu sou feliz em ter uma destas pessoas a abraçar-me sempre com um sorriso. Ainda há coisas boas, sabes? Pessoas como tu.

 

 

 

Se há vídeo para levarem "roubado", é este. Se há criatividade para partilhar nos vossos blogues, é esta. Se há amizades para marcar neste vídeo, levem-no e partilhem-no no Facebook. Identifiquem quem gostam, quem amam - os vossos amigos, as vossas pessoas.

Se gostam, cliquem em gosto porque se há altura para clicar nos gostos, esta é definitivamente uma delas. O vídeo não é meu, não me pediram sequer para o divulgar porque eu sei que nem sequer foi feito com esse intuito. Este vídeo não foi feito para arrecadar gostos e visualizações. Este não é um desses vídeos. Este vídeo foi feito para amealhar sorrisos. Este vídeo foi feito por uma das minhas pessoas, para o sorriso das outras. Dani, este é um sorriso que eu tenho de partilhar :) 

 

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08
Jan11

Há pessoas que entram na nossa vida como se entrassem em nossa casa. Abrem a porta e entram. Sem cerimónias, sem pretensões.

Vão à cozinha, abrem os armários, pegam na loiça,  e servem-se. Bebem, comem, dançam e cantam até o dia raiar. Fica  depois a loiça por lavar,  a ordem das nossas coisas alterada, e até os móveis fora do lugar.

E, nós, ficamos ali, no meio da sala, a contemplar o rasto de confusão que lhes sucede, enquanto que vemos essa pessoa sair. E ficamos ali, parados, quietos, sem dizer uma palavra, quando o que devíamos fazer era sair porta fora e correr atrás dela.

 

 

Factos que têm o dom de me deixar como que atordoada - parte II

21
Set10

4. Sony Ericsson de férias na marca. Telemóvel de substitução na mão. Barulhinho irritante ao premir as teclas. Mensagens sem escrita inteligente. E eu a dar em doida.

5. Tudo o que não me saía da cabeça ontem. Tudo o que andava por aqui às voltas. It seemed like a freaking orgy inside my head.

6. O que resultou nuns belos sonhos. E numa noite bem dormida. E num humor fenomenal logo ao acordar. Not!

 

Pássaros, pessoas e agradecimentos

19
Set10

estive uns tempos com a asa partida, sem poder voar. o processo de recuperação foi lento e teve os seus altos e baixos, como tudo na vida, aliás.  vi passar a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno, até aparecer de novo a Primavera. sucedeu-lhe o Verão, depois o Outono e novamente o Inverno. e eu deixava-me estar.  pequenas micro-fracturas proporcionaram-se ao longo do tempo, a cada novo embate, mas entretanto, a asa sarou.

a alma... a alma é que o mais complicado de cuidar. e a de um pássaro ainda pior. é suposto que um pássaro voe, é suposto que o faça de forma mais ou menos desajeitada, mas é suposto que voe. um pássaro pode quebrar uma asa, mas não pode deixar de voar. não pode. se o faz, deixa de ser pássaro. enquanto a asa se cura, tem de continuar a voar. caso contrário, morre.  e a verdade é essa: mesmo de asas partidas, devemos continuar a voar.

o meu erro foi esse. mesmo de asa partida, fiz o que não devia ter feito: deixei de voar. depois da asa curada, pensava que não voltaria  a voar. perdi as minhas capacidades, dizia eu. já não consigo voar. e enquanto que me deixava assim a pensar, morria. o pássaro morria. e pássaro que é pássaro tem de voar. pássaro que deixa de voar, deixa de ser pássaro.

foi preciso aparecer um pássaro garboso, um amigo daqueles que se quer guardar para toda a vida, que se quer a voar a  nosso lado, para me olhar do fundo daqueles  olhos brilhantes e me dizer: o que estás a fazer aqui perdida? pergunta para a qual eu não tinha resposta. perguntas. respostas. palavras. como tudo se pode resumir a tão pouco. e a tanto. tanto. agora sinto-me de novo com forças para voar, e vejam, vejam como me lanço agora num voo escarpado, como me desafio confiante não do local onde vou aterrar mas do voo que entretanto encetei. confiante do meu voo. de mim.

custou a levantar do chão. custou. custou a levantar voo. ainda agora tenho momentos em que  olho lá para baixo e penso: e se eu pousasse por um bocado? um bocadinho só, digo eu. mas não. há que voar. tenho de voar. pássaro que é pássaro tem de voar. e eu sou pássaro.

 

 

acompanham-me nos voos dois pássaros, mais fortes, que voam decididos -  parecem ter voado sempre assim - como os admiro. tanto. confiantes. brincalhões. mesmo sem lhes pedir, deram e dão a  força e a energia que preciso para voar. impelem-me a voar mais alto, a testar-me a mim própria,  a conhecer-me. a ser eu. de perto acompanham os meus progressos, as piruetas que desenho no ar. os saltos que me comprometo a dar. de vez em quando, voam comigo, testando não a recuperação da minha asa, mas a da alma. a da alma. e eles sabem. eles vêem(-me).

 

tenho ainda outro pássaro pequenito, mas grande, tão grande, tão... faz voos curtos e suaves, colorindo o meu dia. outro, um pássaro doce e ferido como eu, partilha os meus refúgios no rio. abrigamo-nos numa pedra, vendo as águas correrem para o mar. também nós querendo correr... para o nosso mar.

 

um dos pássaros que me acompanha há mais tempo, segue-me carinhosamente do seu ninho de amor, sem me perder de vista, apoiando-me, fortalecendo-me nas minhas escolhas. outro, brincalhão, entretém-se no seu ramo preferido, saltando, chamando-nos sempre com a sua boa disposição.

 

outros pequenos pássaros enchem o caminho de sons, cores e sentimentos. dou por mim, a assistir o voo de outros, quando o meu ainda se define com a rota que procuro traçar. correntes ascendentes, descendentes, dias de sol, dias de chuva. e nós voamos. e eu voo.

 

 

 

 

but you can skyrocket away from me
and never come back if you find another galaxy
far from here with more room to fly
just leave me your stardust to remember you by

 

 

 

Sei que a melhor forma de reconhecimento é voar. Voar convosco. Acompanhar-vos. Ver-vos voar. Deixar-vos ver-me voar. Voar. E eu voo.  Hoje voo. Sigo o meu caminho. Vou desenhando a rota que pretendo cumprir. Tenho-vos a todos nela, e isso faz-me feliz. E por isso vos agradeço.

 

 

 

Atenção: qualquer semelhança com a realidade NÃO é mera coincidência.

 

 

P.S. Não foi propositado o uso de minúsculas, tão ao estilo de valter hugo mãe - escrevi a dada altura um post, esse sim, propositadamente escrito desta forma. Desta vez, comecei por apontar as primeiras frases do que me ocorria escrever, desvalorizando as minúsculas: depois corrijo, pensei eu. Entretanto, o texto foi-se alongando e a minha vontade de o editar como que se desvaneceu. E agora fica assim, para que possa ser lido sem travões, em pleno voo.

Sushi, a D. e eu

26
Mar10

Eu e a D. somos muito diferentes. Muito mesmo. Como a água do vinho. A D. é uma maluca, não tem limites, goza a vida com tudo o que a vida tem para gozar. Eu sou controlada. Já lhe disse várias vezes que ela precisava de ser um bocadinho como eu, mas só um bocadinho, senão ficava chata demais. E que eu, eu, precisava de ser um bocadinho como ela, mas só um bocadinho também. E é verdade. No entanto, estas coisas não se adquirem como que por osmose, e cada um é como é, não há nada a fazer quanto a isso.

Pelo menos, e até agora, as nossas saídas resultavam em altas gargalhadas, em conversas animadíssimas e horas de boa disposição. Das últimas duas vezes que saí com a D., não vim assim muito bem disposta. Não gosto de estar com alguém que me deixe assim, em baixo, desanimada, e é o que tem acontecido. Disse a mim mesma que se à terceira vez acontecesse o mesmo, teria de tomar uma resolução. E aconteceu.

Sushi, jantar, eu e a D. - tinha tudo para ser um jantar bem divertido, mas não foi. Para ser sincera, ainda só estava a salada na mesa, e já eu queria fugir. Mas aguentei, claro. Mal, mas aguentei. A meio do jantar, lembrei-me do M., e dos nossos jantares. Digo-vos, aquilo é que eram jantares. Só os dois, fazíamos a festa, e que festa! Trocava naquele momento a D. pelo M., oh se trocava. Sem dúvida nenhuma. E sei que bastavam umas palavras, e ele viria a correr. E isso também me deixou a pensar.

 

Pareço ter uma formação que a D. não tem. Custa-me dizer que é isso que não quero. Quero pessoas como eu,  quero pessoas que sabem ainda mais do que eu. Aquele saber que não vem dos livros, nem dos cursos, aquele saber que a pessoa adquire e assimila a cada dia, a cada experiência. Aquele saber que é próprio de quem quer saber. Aquele saber de quem vê o mundo com olhos de ver.  Quero rodear-me de pessoas que me façam imaginar, ver, sentir. Quero pessoas que me façam querer voar. Fica provado que me rodeio das pessoas erradas.