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08
Jan11
— Tu hoje brilhaste. Hoje, sim, vi-te brilhar como nunca.
— ...
E eu, em minha defesa, fiz-lhe ver que era o vinho o responsável pela meu estado de alegria. Ele diz-me que não: bebeste pouco, eu reparei. Não é só isso. É outra coisa. E depois, naquele silêncio, naquele silêncio em que eu não tinha resposta, e tampouco a procurava, ela apresentou-se, inadvertidamente, vinda do fundo do meu inconsciente: havia de facto um motivo para todo aquele brilho. E sim, era verdade, eu estava radiante. E brilhei como nunca.