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Blue 258

Blue 258

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Celebration is in order :)

10
Abr13

O blogue fez anos em Março. Quatro anos. Quatro. Parabéns azuis a todos os que ajudaram a fazer deste blog aquilo que ele é. Aquilo que ele continua a ser.  Este blog guarda pedacinhos, pedacinhos meus e vossos. Pedaços que ficam. Sempre.

 

E hoje, o meu devagarinho delicioso faz anos. Parabéns a ele, e a mim, que procuro da mais pequena forma que seja alegrar-lhe o dia e adoçar-lhe a vida. Porque é isso que importa. Que a vida seja doce.

 

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*imagem retirada da net

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09
Dez10

 

 

— Tenho de te dizer. Não devia, se calhar não devia dizer nada, mas tenho de o dizer. Nunca pensei que conseguíssemos ficar numa boa. Sair só os dois, outra vez, e... (mas não era ele que dizia que tinhamos porque tinhamos de conseguir manter a amizade?)

— Não devias dizer mesmo nada. Nem sequer devias tocar no assunto.

— Mas eu acho que sim, que devo, que devemos e podemos falar. E que vamos acabar por voltar a falar disto mais vezes... (teimoso, és um teimoso, raios! Tão parecido comigo...).

 

 

— Ai... esta música não... (Parados em frente a casa dele, não o vejo com pressa de sair do carro. Desligo o motor e ficamos ali a conversar. Pouco depois, começa a tocar aquela música, aquela, aquela...)

— Sim, esta música sim. Em que te faz pensar? A mim faz-me lembrar de ti.

— E a mim? Em quem achas tu que me faz pensar?... Em ti, em ti, em ti.

— Era o que eu pensava. Só queria confirmar.

— :)

— :)

 

 

— Lembras-te de me teres perguntado porque é que te mostrei esta música naquela noite?

— Lembro-me de não me teres respondido.

— Naquele momento não respondi, porque pensava não saber a resposta. Mas sabia. Depois fui para casa a pensar no que me perguntaste, e bateu-me assim de repente. Pode ser que um dia to venha a dizer. Um dia... Ou nunca.

— Tu és impecável.

— Sou? Obrigada. :)

— És, quando dizes um dia. Na parte do nunca, estragas tudo.

— :)) (Eu sou terrível. Aguenta.)

 

...

06
Dez10

Tu aprendes todos os dias, certo? Portanto, nada melhor do que te deixares ir, e viveres um dia de cada vez. A saída de sábado foi surreal, foi, mas terá sido isso mesmo que fez com que eu nem pensasse uma única vez em ti. E tinha-te mesmo ali ao meu lado. E tu falas, tratas e preocupas-te comigo da mesma forma. E tudo parece ser como antes. Parece, porque não o é propriamente. Mas está lá perto.

 

 

 

 

P.S. E o truque é não sairmos só os dois. Acho que esse é o truque. Depois, é só juntar-lhe umas noites como a de sábado, em que nem um nano-segundo tenho disponível para pensar seja no que for.

Eu sou boa a fazer controlo de danos. E tu és bom a controlar os ânimos. Desde cedo que te achei muito parecido comigo. Manténs a cabeça fria no meio da confusão. Manténs-te sóbrio, no meio da embriaguez. E há uma lucidez que nos segura a todos no meio da loucura.

 

 

Lareira, vinho alentejano e boa companhia

04
Dez10

E perceber que, afinal, fui eu a primeira a aprender algo. As primeiras três horas passei-as bem. A partir de um determinado momento, culpa do alentejano, digo eu, infiltravam-se no meu pensamento imagens que eu tentava bloquear à força toda. Meu amigo, a investida americana ao Japão na segunda grande guerra, deu-se na minha cabeça. Porque, meu amigo, a partir de determinado momento, o esforço colossal que eu tive de fazer para controlar o que queria, para me controlar, lançou-me um uppercut traidor que quase me leva ao tapete. Percebi não ser capaz de o suportar. Pensei logo em me cortar. Às saídas, à amizade, a tudo. Pensei mesmo: a partir de hoje, corto. Com tudo. Pode ser que um dia regresse. Ao que restar. De mim. De ti. Do nós que nunca foi. Ou foi. Num momento qualquer em que paraste o tempo.

 

 

E hoje, hoje, tiro as luvas e atiro-as ao chão. Não luto mais. Percebi que estava a lutar contra mim mesma. Desferia socos certeiros a mim própria. E os meus golpes doem-me. Deixam-me dorida de uma forma que se sente de dentro para fora. E esta é a forma que mais dói.

 

Atiro as luvas ao tapete. Não luto mais. Raio de coração que se mete em cada uma! E sim, a culpa é do coração. Do coração que é parvo.

Da possessividade de algo que não é teu. Que não é de ninguém.

01
Dez10

Há uma diferença incontornável entre o que tu falas e o que tu fazes. Os teus gestos traem-te. As tuas atitudes revelam o que sentes. As tuas palavras denunciam sentimentos escondidos. O teu olhar... o teu olhar é o  único que não procura esconder. Que não consegue esconder.

 

 

Ontem aprendemos alguma coisa. Ou estamos a caminho de aprender. Mas vais ter de me explicar muito bem aquela cena. Se conseguires.

Das carruagens paradas. Dos sentimentos cristalizados numa gota de orvalho.

01
Dez10

O amanhecer junto à carruagem. Os passos aparentemente seguros e determinados, na erva molhada, no caminho de areia. Passos aparentemente seguros e determinados. Os meus e os teus. Aparente. Porque será que connosco tudo parece ser aparente?

A determinação que pareciam ganhar os meus passos, quando fugiam dos teus. Determinação aparente. Somente aparente. Lembro-me de estarmos a dez metros de distância um do outro. E tão perto. Tão perto. De tão perto que estávamos, sorriste. Ou terá sido pela figura que fazíamos? Ou... por ser tão evidente que eu fugia?

Um frente a frente impiedoso. Porque deixou a dor, a dor, a nu. Incrivelmente visível. Porque se via, porque se sentia, como se sente na pele quente o frio da gota de orvalho que acaba de cair da árvore despida. Porque se vê, porque se sente, como se sente na alma a clareza atordoante da manhã que parecemos não querer receber.





You don't move slow
Taking steps in my directions
The sound resounds, echo
Does it lesson your affection
No