#15 Free falling... free...
Rendida. De corpo. De coração... e seguramente, de alma. Já nada a prende. Já nada me segura. O meu corpo nos teus braços, teu, todo teu, prostrado, consumido apenas pelo desejo. Querendo apenas volatilizar-se no fogo da paixão. Procurando tornar-se étereo.
Impele-me. Exalta-me. Exulta-me. Eleva-me... ao infinito.
E deixa-me depois flutuar em queda livre até ser amparada pelos teus braços.
Um festival de fogo de artifício colorido parece pender sobre nós. E eu flutuo... flutuo. Sem corpo, sem massa, suspensa da força da gravidade. O meu centro és tu. És tu quem me comanda. És tu quem me dirige. És tu quem me move. És tu quem me faz levitar.
Flutuo como uma pena... e flutuando, perco-me. Viajo sem corpo. E sinto o fogo que o imola. O fogo que me consome. E aos poucos... volto a mim. Volto para ti. Quero-te. Quero-te. Quero-te. Agora e sempre. Quero-te outra vez. Deixo-me regressar aos teus braços, deixo que a minha alma penetre docemente no corpo... e assim possa recuperar algum controlo sobre mim. Sobre ela. Sobre a minha própria vontade.
E assim possa dizer-te, ou mostrar-te que te quero... de novo. Toma-me outra vez. Possui-me. Faz de mim tua novamente. Faz de mim tua!