Bagagem de mão
Estão a ver, quando temos de viajar de avião, uma viagem qualquer de poucos dias, e levamos apenas uma mala pequena - ok, impossível, poucos dias corresponderia a uma mala de tamanho considerável -, leia-se, quando temos de ir e voltar no mesmo dia - e só levamos bagagem de mão? Não há, portanto, necessidade de despachar a bagagem - evitam-se perdas de tempo, o risco da bagagem ser extraviada, etc. Levamo-la connosco. Vamos ao café, mala atrás. Casa de banho, idem; corredor do avião, etc, etc. - o raio da mala, vai sempre atrás! Uma chatice. Um inconveniente. Pois na vida, passa-se exactamente o mesmo. Todos nós temos esta bagagem de mão, e quer se queira quer não, anda sempre atrás de nós.
E a porra da coisa, é que teimamos em continuar a sobrecarregar o raio da mala com coisas supérfluas. Quando damos por ela, estoura, como se vomitasse, e aí, só aí, é que nos apercebemos de toda a merda que tínhamos guardado lá dentro. É cotão, bilhetes de concertos, embalagens vazias de uma gordura polinsaturada qualquer, mais cotão, e um sem número de outras coisas, que não nos fazem falta nenhuma, mas que a dada altura, por acharmos que mereciam ser guardadas dentro da mala, ou por não termos um caixote de lixo mesmo ali ao pé, resolvemos enfiar lá para dentro. Estupidez. Da mais profunda. Para além de ocuparmos o espaço que deveria estar disponível para coisas novas, importantes, e até interessantes, sujamos o forro do interior da mala, emporcalhámos aquilo tudo e desrespeitamos as letras da marca, que se repetiam na seda do forro.
Eu estou a precisar de um conjunto de viagem novo. Digo-vos isto assim, porque até estou. E daqui a poucos meses é o meu aniversário. Por isso, a minha marca preferida é a Samsonite. Não importa a cor. Das rígidas - muito importante - convém não esquecer. Das rígidas. Aquelas que parecem suportar o mau trato abusivo das companhias aéreas.