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Faço um esforço descomunal por recalcar, fechar, esmagar o que me atormenta bem dentro de mim... e tu vens... passas os dedos ao de leve... perguntas como estou... e tu, tu, tens a capacidade de quebrar a fechadura. E as palavras querem-se soltar, fugir... embora eu não o queira permitir.
É que podem perguntar-me como estou, até mostrar interesse e preocupação, e eu respondo facilmente que estou bem. Não me custa, sai-me quase naturalmente, e a ti, a ti, custa-me tanto. Sinto-me como se estivesse a mentir. Como se não dissesse a verdade.
E tu, tu, deixas-me assim. A querer colo. A querer mimo. A querer ser aconchegada pelo calor do teu abraço. A querer ser envolvida na tua doçura. A querer sentir o carinho das tuas mãos. Do teu coração.