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Blue 258

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Mães e filhas

22
Mai09

É certo que durante a infância mães e filhas se dão lindamente, ou pelo menos, como as agruras da vida o vão permitindo. Não podemos negar que é tudo muito bonito: vestidinhos, bonecas, miminhos - a mãe é a nossa figura de referência: é como ela que queremos ser, acreditamos que nos vai sempre proteger, amar acima de tudo e de todos (e é o que fazem, sempre - ou pelo menos tentam, não esquecendo que agem da forma que é para elas a mais correcta).

 

Só que chegada a altura dos namoros, o amor que nos tem e o medo injustificado de perder o amor que nós lhes temos de volta, tolda-lhes o juízo. Porque será assim tão difícil perceberem que não vão perder o nosso amor? Que o que ocorre é pura e simplesmente um desviar das atenções? Que amor temos muito para dar - e que a quota delas ninguém a tira? Para além do mais, elas já deviam saber que de namorado podemos trocar, de mãe, nunca!

 

Pergunto-me como vou eu ser como mãe: igual ou pior? Esse é o meu medo.

 

Inconscientemente, pelo menos defendo eu, procuram exercer o seu poder: não podes sair, não podes namorar, e é não porque eu digo não.

Tradução: quero guardar-te dentro de uma caixinha, e nunca, mas nunca te perder. Ora nós, as filhas, teimosas e seguras de nós, batemos o pé e procuramos abrir caminho a toda a força pelo mundo que há a descobrir. Sem falar que, estando apaixonadas, e tratando-se logo do primeiro amor, inflama-nos uma força que não nos deixa esmorecer.

 

Lançamo-nos então na batalha: quem ganhou? Ninguém. Perdemos as duas.