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Blue 258

Blue 258

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I'm only happy when it rains

11
Jun09

Mas não se esqueçam: é daquela chuva doce e divina que eu gosto. É essa que me alivia e acalma a fúria.O temporal dos últimos dias já começava a deprimir. Valeu-nos o dia de hoje.

 

 

 Sigam esta musiquinha que me lembra os primeiros pingos de chuva - a parte boa. Os dias tórridos, e a chuva que veio para refrescar - corpo e alma - sempre. Ah! Dos Garbage.

 

 I'm only happy when it rains

 

 

 

Temporal

11
Jun09

Ora, só para me esclarecer, eu quando falo em chuva, refiro-me nada mais, nada menos do que a uma chuva refrescante, que cai com alguma intensidade, porque é forte, intensa - e porque, quer seja de dia ou de noite, a magia é a de aliviar a atmosfera quente e pesada. Exactamente como imagino que seja num país tropical - noites quentes, tórridas, polvilhadas com aquela água divina que cai dos céus. Claro que não é bem assim, nem cá, nem lá. Enfim, podemos sonhar ou não?

Continuando, gosto do barulho da chuva a bater insistentemente no telhado - à noite, e aconchegada no edredon fofo e no doce mais-que-tudo. De manhã também é uma delícia, desde que seja uma manhã daquelas que começa ao meio-dia.

 

Resumindo e concluindo: uma coisa é chuva boa e doce. Outra totalmente diferente, é um temporal que nos leva a esquecer que estamos em Junho. Mas que vamos ter disto em Julho (talvez com menos intensidade), vamos. E se calhar em Agosto também.  

 

Cabo das tormentas

11
Jun09

Porque é que, continuamos a fazer coisas que sabemos não querer, que sabemos exactamente como se vão desenrolar, que sabemos ser um sacrifício durante cada minuto da sua duração?

 

Logo hoje. Hoje que é um daqueles dias em que me sinto como me sinto. É um daqueles dias em que só quero o meu canto. O meu resguardo. Poder estar sossegada com os meus pensamentos. O meu mais-que-tudo, esse, thank God, dá-me espaço. Já deve saber que quando estou assim, o melhor é deixar-me estar tranquila um bocado. Deixa-se estar no outro canto da salinha - sei que vai olhando de quando em quando para mim, imagino que seja para ver se estou bem, se o meu estado mudou, ou se simplesmente preciso de algo. Eu também vou olhando para ele, mas no meu caso é mais para me assegurar que ainda ali está - que não se fartou e foi embora. Corro o risco de isso acontecer.

 

 Mas pronto, acabamos por ir. Tentamos convencer-nos de que o que interessa, o que é realmente importante, não é esse sofrimento que já estamos a sentir, mas  o contribuir para a felicidade de alguém, dar-lhe essa pequena alegria. Se fosse outa pessoa qualquer, era logo um vai depressa ver se eu estou ali na esquina.

 

Não vou. Não quero ir. Mas já estou a ir. 

Já cá estou. Otária, sabias muito bem como ia ser.

Como está a ser.

E pronto. Cá estou eu.

Não oiço nem escuto uma palavra do que dizem.

Penso em palermices. Patetadas. 

Praticamente não abro a boca.

Não estou cá. Já vou longe.

Perdida nos meus pensamentos.

 

Sabia que hoje não era dia.

Sabia como me sentia.

Queria estar sozinha, sossegada no meu canto.

Mas não. Acedi a vir.

 

Posicionada estrategicamente num canto.

De onde vejo todos.

De onde, para me olharem - querendo dirigir-se a mim ou não

Só olhando-me de frente.

O que me chama a atenção.

Alertando-me para executar um movimento 

que transmita, sim claro, estou a ouvir-te

No I'm not. But that doesn't matter. Doesn't matter at all.

 

Sofrimento. Dor excruciante.

Aguenta, otária - sabias bem que não querias vir,

sabias bem como ia ser.

 

Aguento os insuportáveis segundos 

Que claro, levam uma eternidade a passar.

Aguento. Aguento. 

A certa altura, e num repente,

Penso no meu rosto.

Aoh! Estava demasiado alheada e perdida dentro e fora de mim,

que acabei por descurar um aspecto tão importante. 

E agora? Sentia as olheiras cavadas sob os olhos.

Os cantos da boca descaídos.

O rosto duro. 

O olhar - ausente com toda a certeza.  

 

Tento recompor-me, sabendo que está perto do fim, que está quase a acabar.

Tento pensar, que se alguém comentar, dou a desculpa do cansaço.. e do tempo.

Resulta sempre.

 

Finalmente lá acaba.

Os mesmos pensamentos de sempre:

nunca mais me meto numa destas

eu já sabia tão bem que ia ser assim.

 

Conduzo no regresso.

Silêncio. Dos dois lados.

Um pouco incomodativo (para mim não, claro - o silêncio era tudo o que queria)

Para não deixar aquilo assim, faço um esforço digno da força de Hércules para falar.

E este tempo, não?

 

E pronto. Já cheguei a casa.

Corro lá para cima, para junto do meu mais-que-tudo.

 Conto-lhe que fora um tormento.

Em breves palavras. Poucas, mas cheias de sentimento.

Volto-me para o meu cantinho.

Pareço querer acariciar o vidro da secretária.

Como é bom estar em casa.

Olho por cima do ombro,

asseguro- me que o meu mais-que-tudo continua ali.

Entretido com um filme ou um jogo,

parece disposto a dar-me mais algum tempo só para mim.

E pronto. Sei que posso emaranhar-me de novo nos meus pensamentos.