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Blue 258

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Função ipod on - para desenvolver

14
Jun09

Ora, lembram-se de ter falado na função ipod on - aqui? Pois hoje cheguei à conclusão de que não é aplicável somente aqueles dias em que a auto-estrada da voz se encontra engarrafada. Não. É aplicável aos fins-de-semana-passados-com-a-família. Não caiam na asneira.

Bateu-me hoje, como me costumam bater as coisas tantas vezes, que para gáudio da minha sanidade mental, teria de me esquivar ao barulho de fundo, e não me refiro a barulho de fundo propriamente dito, se é que me estão a entender.

Para não desatinar, ou para não desandar, coloquei os auscultadores que o meu-mais-que-tudo comprou - são um espectáculo - nas orelhas. Mp3, não, mp4 para ser mais precisa, tão leve, colocado suavemente na t-shirt. Mode on. E mais nada.

 

Ao finalizar os preparativos do almoço: on.

Ao pôr a mesa: on.

Durante o almoço: on.

Lavar a loiça: on.

Limpar a mesa: on.

Café: on.

Lavar as chávenas do café: on.

Subir as escadas até aquele que ainda é o meu resguardo: on.

 

Ao suspirar de alívio, já colocava eu os auriculares e o mp4 em cima da secretária, mais propriamente em cima da impressora, que é onde tudo parece ir parar. 

 

 

P.S. E não sei porque cargas d'água tive de escrever este post duas vezes. Hoje não é dia.

 

Tonalidade embriagante

14
Jun09

Tonalidade embriagante esta, que ao cair da noite abraçava Viana do Castelo. Indescritível. Impossível fotografar - a máquina parecia não ser capaz de captar a subtileza dos tons. À falta de melhor, fica aqui o meu testemunho.

 

De casa, viam-se os pinheiros corados de vermelho - como se de fogo se tratasse. E era fogo - fogo vindo do sol, vindo da praia, do mar, da linha do horizonte, onde o sol se parecia perder.

 

A caminho da praia, viam-se os pinheiros, vestidos de tons escuros, misteriosos, sombrios, exalando sobriedade. Mesmo por cima, rasando as cristas que sempre apontam o céu, tons arroxeados, incríveis, sublimes, extraordinários.

 

Beira-mar: fogo. Explosão de fogo. Intenso de uma forma que até atordoa. Parecia pairar à superfície do mar.

Porções de areia sublimadas por aquele tom vermelho de fogo que inicialmente concentrou as atenções. Areia e água polvilhadas por tons escuros de laranja. 

 

 

Com o olhar alcanço a cidade.

Santa Luzia, em cima, com a noite que entretanto se abateu sobre ela.

A cidade com as suas luzes, brilhantes, como se engalanada estivesse para a festa.

O pontão a direccionar-nos para o mar, para o horizonte. Para o infinito.

Sempre lá, mas hoje diferente, transformado de uma qualquer forma transcendental que não nos permite saber o autor.

Acesso só à obra: o mar carregado desses tons azuis e arroxeados, hipnotizantes, esotéricos, intrinsecamente cativantes, que se estendem como névoa mística à cidade.

 

Ao voltar para casa, acompanha-me uma atmosfera em tons azuis e arroxeados escurecidos pela noite. Diferente dos demais dias. Sem dúvida.