Your body is a wonderland
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Desnuda a minha pele. Palmilha o meu corpo. Dedilha-me docemente. Toca-me... e faz-me vibrar.
Perde-te. Quero que te percas... em mim. Sente cada curva... desliza nas contracurvas. Delicia-te em cada saliência. Demora-te em cada ponto do meu corpo, descobre novas fontes de prazer.
Beija cada centímetro da minha pele. Prova cada milímetro. Saboreia-me. Morosamente. E volta a saborear-me.
Faz com que o sangue aflore à pele... em cada um desses pontos chave. Faz com que o sangue circule freneticamente. Leva-me à ebulição. Derrete-me. Deixa-me extasiada. Sem palavras. Sem reacção.
Faz do meu corpo montanha russa... faz do meu corpo o teu parque de diversões. Entra comigo nessa viagem... vamos perder a cabeça. Leva-me até à lua!
... right into your arms.
Rendida. De corpo. De coração... e seguramente, de alma. Já nada a prende. Já nada me segura. O meu corpo nos teus braços, teu, todo teu, prostrado, consumido apenas pelo desejo. Querendo apenas volatilizar-se no fogo da paixão. Procurando tornar-se étereo.
Impele-me. Exalta-me. Exulta-me. Eleva-me... ao infinito.
E deixa-me depois flutuar em queda livre até ser amparada pelos teus braços.
Um festival de fogo de artifício colorido parece pender sobre nós. E eu flutuo... flutuo. Sem corpo, sem massa, suspensa da força da gravidade. O meu centro és tu. És tu quem me comanda. És tu quem me dirige. És tu quem me move. És tu quem me faz levitar.
Flutuo como uma pena... e flutuando, perco-me. Viajo sem corpo. E sinto o fogo que o imola. O fogo que me consome. E aos poucos... volto a mim. Volto para ti. Quero-te. Quero-te. Quero-te. Agora e sempre. Quero-te outra vez. Deixo-me regressar aos teus braços, deixo que a minha alma penetre docemente no corpo... e assim possa recuperar algum controlo sobre mim. Sobre ela. Sobre a minha própria vontade.
E assim possa dizer-te, ou mostrar-te que te quero... de novo. Toma-me outra vez. Possui-me. Faz de mim tua novamente. Faz de mim tua!
Baby... shoot me down... the way you know how...
O mar encrespado, salpica de sal o horizonte cerrado, apenas raiado pela chuva que tempestuosamente teima em riscar o céu escurecido. A areia, negra, parece esquecida. A luz do alpendre, que se revela incapaz de vencer o combate com a noite. Aquela casa na praia, aquela, sem vizinhos por perto, mergulhada na imensidão.
A música aconchega a sala, os tons quentes da lareira, determinam as cores que pintam o ambiente... o jasmim, que sinuosamente se intromete com o aroma da madeira - lutam, degladiando o espaço, acabando por se combinar inusitadamente, de forma algo perfeita.
O sangue que nos corre freneticamente nas veias, o coração que bate assoberbado pela proximidade dos nossos corpos. O teu olhar que me despe. Os teus lábios que me provocam, a tua boca, que me enlouquece. O meu olhar que te pede: despe-me. Os meus lábios que te dizem: beija-me. A minha boca, faminta de doçura, da tua doçura, que te pede: sacia o meu desejo.
Apenas a tempestade fustiga a clarabóia tão veementemente como o desejo fustiga cada centímetro do meu corpo. Toma-me nos teus braços, acaba com o meu tormento. Depõe-me rendida, no chão. Envolve-me, beija-me, faz de mim tua... Faz de mim tua.