#28 Doce... tortura!
A tortura da espera. As minhas mãos que percorrem o meu corpo. Percorrem as pernas. As coxas. Oh! As coxas! O peito. Os ombros. O pescoço. Relembro as tuas mãos. As tuas mãos fortes e decididas. As tuas mãos no meu corpo. A forma como o percorrem. Como o fazem vibrar. As tuas mãos quentes. A tortura de te recordar. Quero senti-las no meu corpo. Quero senti-las a percorrerem cada centímetro do meu corpo. Quero sentir-te. Ter-te.
Perdida na areia... espero por ti. Por ti. Perco-me no meu corpo. Perco-me com o desejo de te sentir. Procuro acalmar o desejo. As minhas mãos presas entre as coxas firmes. Mas as minhas mãos... não são as tuas. Os meus dedos... não são os teus. Mordo os lábios. Percorro-os com a língua. Húmida. Quente. Molhada. Oh... penso na tua língua... na tua boca... e mordo os lábios. Uma vez mais. Aperto firmemente as coxas. Tão forte como te vou apertar a ti. Vou prender-te. E não mais te deixar sair.
Procuro apaziguar o calor do corpo com as minhas mãos geladas. Apenas a pele mais sensível cede ao frio. No entanto, queima, o frio queima. O sangue corre frenético nas veias. O desejo inflama a pele. Tortura.
Deslizo as pernas pela areia. Enterro os pés. As mãos. Sinto a areia no corpo. Nas coxas. Nos braços. Nas mãos. No peito. Deixo o corpo cair totalmente sobre a areia. Pouso a cabeça atordoada na areia fria. A mente procura repousar. No entanto, vagueia. Perdida na areia dispersa. Perdida sob uma imensidão de estrelas. Perdida, enquanto te espero.