"Tudo acaba. Tudo tem um fim."
Se a morte é a única certeza que temos, então o que nos resta fazer é aproveitarmos cada momento. Vivermos na plenitude das nossas certezas e incertezas. Sermos. Sermos nós, a imensidão desse nós, a cada abraço, a cada palavra, a cada gesto. Dizermos que gostamos, adoramos, amamos. Dizermos que não gostamos. Que odiamos. Gostarmos. Adorarmos. Amarmos. Odiarmos.
Levantarmos mais cedo de manhã para correr uns bons quilómetros ao som da nossa música preferida, almoçarmos naquele lugarzinho encantador, aproveitarmos a tarde para fazer gazeta, passear na praia, molhar os pés na água fria do mar, ler mais umas páginas do nosso livro, passear descalços na relva orvalhada, beber uns finos com os amigos numa esplanada, prender a noite na tarde, fazer algo inesperado, esperar até o céu brilhar de estrelas e o bater do nosso coração retumbar no silêncio da noite. E aí, aí sim, regressar a casa, com a satisfação de dever cumprido: hoje vivi. Hoje fui eu. Hoje, sim.