...
Há pessoas que entram na nossa vida como se entrassem em nossa casa. Abrem a porta e entram. Sem cerimónias, sem pretensões.
Vão à cozinha, abrem os armários, pegam na loiça, e servem-se. Bebem, comem, dançam e cantam até o dia raiar. Fica depois a loiça por lavar, a ordem das nossas coisas alterada, e até os móveis fora do lugar.
E, nós, ficamos ali, no meio da sala, a contemplar o rasto de confusão que lhes sucede, enquanto que vemos essa pessoa sair. E ficamos ali, parados, quietos, sem dizer uma palavra, quando o que devíamos fazer era sair porta fora e correr atrás dela.