Da qualidade e dos amores
Isto dos amores, é muito relativo e não deixa de ser uma grande falácia. In the end, in the very end, vai tudo dar ao mesmo. E sim, são todos iguais. São todos homens. E nós, mulheres. Ora vejamos: se não fosse o amor, aquele sentimento, sim esse sentimento que nos faz andar por aí com os olhitos a brilhar, e de cabeça no ar, se não fosse esse sentimento, veríamos as coisas exactamente como elas são logo à partida. Preto no branco e branco no preto. Mas não, o amor, aquele sentimento vil enebria-nos os sentidos e exalta as qualidades do outro aos nossos olhos. Porque ele é perfeito. Perfeito. Mesmo com as suas manias, os seus pequeníssimos (ênfase nos pequeníssimos) defeitos. É perfeito. E depois lá vem o tempo, e o tempo passa, e com o passar do tempo, aquele manto de nevoeiro que nos andava a toldar a visão até agora começa a esfumar-se em pleno Outono. Porque eles são humanos. Como nós. Imperfeitos. Teimosos. E regra geral, também não nos dão o devido valor como porventura outrora nós não demos a alguém. E agora?
Agora? Aqui estou eu, a ouvir música de qualidade, que é para me lembrar que eu ainda tenho alguma qualidade.