Do Amor e do algodão doce
Quem nunca sentiu as borboletas na barriga? As famosas borboletas... Primeiro indicador de paixão. Ah, a Paixão. Se tudo corre bem, se as borboletas são factor comum, estamos perante o Big Bang do Amor, aquela explosão magnífica, perfeita, etérea em que dois seres passam a comungar como um só, e em que às borboletas que esvoaçam em volta do parzinho, se juntam centenas de estrelinhas brilhantes e a aura do casal se vê celebrada com uma serenata de fogo de artificio constante. A melhor fase de qualquer relação. Não concordam?
Os pombinhos passeiam de dedos entrelaçados junto ao rio, lábios colados, olhos apaixonados num arrufo sem fim de sorrisos e beijos. Porque todos os momentos são preciosos, e o tempo passa a voar quando estamos juntos. O tempo nunca chega, o tempo é um malvado que não nos deixa viver quando viver se resume ao brilho dos olhos, ao sorriso dos lábios, ao abraço das mãos. Quando viver se resume a tão pouco e a tanto! A tanto, porque é tudo. O simples brilho do sol na pele, o calor que nos derrete o coração, a liberdade dos cabelos ao vento. É a alegria, a juventude, a vida em todo o seu esplendor. É o Amor.
Quando temos de nos separar, o coração aperta, quase dói, porque temos de nos separar do nosso amor, do nosso mais-que-tudo. E depois, claro, é algo que é mútuo, que se sente da mesma forma, num modo consciente mas quase inconsciente, o que torna a coisa ainda mais melosa. I know, I'be been there. Have you been there too?
A noite traz a escuridão e rouba-nos o calor do sol. Quando separados, a dolorosa distância vê-se (ou tenta ver-se) colmatada com as sms, as chamadas intermináveis, as horas passadas no skype, e ainda aquela chamada final* antes de dormir, só para desejar boa noite. E é claro, o típico: não, desliga tu, não, sim, vá, vou desligar, um-dois-três.
Se bem que num dado momento da relação iremos olhar para trás e pensar como é que não enjoamos com tanto caramelo, a verdade é que é, e permitam-me, um dos momentos mais doces de qualquer relação. Claro que teremos outros, sem dúvida, doseados ou apimentados de uma outra forma, mas este, pela sua genuinidade e até alguma ingenuidade, marca-nos o coração. É a fase do algodão doce.
E eu perdi-me completamente. Do assunto que pretendia abordar neste post. Presenciei a rebeldia do cursor quase que impotente, sabendo que de nada me valia lutar contra ele. Há coisas que são assim mesmo: pedem para ser escritas sem sequer pedir licença.
* Para quem tem nets móveis e fraca recepção.
** Imagem retirada da net.