Cartas à Dani #1
Minha doce Dani,
Acabei agora mesmo de escrever à nossa mvm e lembrei-me de ti. Se falo para (com) ela, lembro-me dos portos de abrigo e isso conduz-me inevitavelmente às tuas palavras. A ti. Enquanto lhe escrevia e pensava também em ti, percebia que os melhores portos de abrigo são as nossas Amizades. As verdadeiras, aquelas que se dignam chamar-se assim, as que se escrevem com "a" maiúsculo. Daí recorrermos tão frequentemente a elas. Sendo os nossos portos de abrigo, apaziguam as saudades que temos, o cansaço que porventura possamos sentir. Banham-nos com alegria, colocam um sorriso nos nossos lábios e refrescam-nos a alma. Não é isso mesmo o que os portos de abrigo (as amizades) fazem?
Daí pensar que nada melhor do que um gelado à beira d'água. Cor, alegria e doçura. Tens de vir a Viana e eu tenho de ir a Lisboa. Só para comer um gelado e abraçarmos os nossos portos de abrigo. Sabias que os portos de abrigo se abraçam e crescem ainda mais quando se abraçam?
Tornam-se mais fortes e completos e mesmo quando nos vamos embora, a magia não se perde e eles assim permanecem, como que sublimados. E de cada vez que eles se abraçarem, enlevam-se um pouco mais, um bocadinho mais a cada abraço.
Despeço-me assim, num abraço. Um abraço que nos enleva e aumenta. Um abraço que é só nosso mas que por vezes é a três, e que mesmo sendo assim continua a ser só nosso. Tão nosso.
Beijinhos, Blue.