Para que servem os homens - parte I
Já há algum tempo, que pretendia partilhar mais esta minha teoria: a utilidade dos homens para as mulheres. Nenhuma - não, estou a brincar. Para além das óbvias, claro, a que exponho aqui hoje, é uma em particular, passo a explanar:
Nada mais do que natural, do que um homem e uma mulher que se conheceram e sentiram, vamos lá, a seta do cupido, comecem a namorar, e depois de algum tempo - variável de pessoa para pessoa e de situação para situação - passem a dividir um espaço, uma casa, uma vida ou, simplificando, a partilhar simplesmente, o dia-a-dia.
Até aqui tudo bem. Nada de extraordinário. O que me leva às diferenças estonteantes entre cada um dos sexos.
Primeiro: os homens nunca se lembram de nada, mesmo tratando-se de algo que lhes diz respeito a eles. Sai-se de casa, e Kms (quilómetros) mais tarde é que se lembram, se é que se chegam sequer a lembrar, de algo que deveriam ter trazido - e que, como é óbvio, esqueceram.
Cabe a nós, mulheres, lembrarmo-nos das nossas coisas, das deles e de tudo o restante - sim, porque a roupa aparece lavada, a cozinha arrumada, a cama feita, mas não é uma empregada invisível que lá vem tratar disso enquanto nós não estamos em casa - se bem que eles parecem agir como se assim fosse; ou então, simplesmente nem lhes ocorre pensar em como as coisas aparecem feitas).
Nós, mulheres, é que temos de nos lembrar de tudo, de tudo mesmo - e ainda tirar a roupa da máquina de lavar, colocá-la a secar para depois, à noite, passá-la a ferro; tirar algo do congelador para o jantar, ou então deixar a marinar antes de sair de casa; levar o que já está a abarrotar no balde cheio, para o ecoponto, etc, etc. E depois, digam-me lá, quem é que é básico?
O que me leva à questão da data dos aniversários, bem como a respectiva idade de cada um (de modo a que se saiba nos seus aniversários quantos anos fazem - questões de logística: as velas do bolo - convém saber a idade correcta, não?) - da família dele. E este último ponto é que é importante - volto a salientar, da família dele. Nunca se lembram ou recordam qual a data precisa de aniversário dos membros da sua família - é que já nem se coloca a questão de saberem os da nossa.
Outra questão, e é esta o ponto principal da teoria, é o de ao termos um homem na nossa vida, e ao com ele partilharmos essa vida, termos como que uma preparação para quando vierem os filhos. Passo a explicar melhor - e pergunto-me, quantas de vós se vão identificar com isto?
Imaginemos uma ocasião mais especial/formal: um baptizado, um casamento, ou qualquer outra situação do género - quase de forma inata, sabemos o procedimento a efectuar: dispôr-lhes a roupa a usar em cima da cama - sem esquecer boxers, meias, e os sapatos já engraxados no chão, junto à cama.
Sabemos que assim, o que têm a fazer se resume ao banho, toilette pessoal e pronto - nada pode correr mal. Mesmo assim, por vezes, não é tão simples como parece: resolvem, sabe-se lá por quê, fazer alguma alteração à indumentária, como por exemplo, usar outros sapatos. Quando acabamos por reparar, já estamos prontos a sair, junto do carro, pensando está tudo ok, podemos ir e eis que temos de os mandar, neste caso sim, é mesmo mandar, trocar de sapatos (devo esclarecer que os sapatos em causa não são adequados nem ao fato, nem à cerimónia).
Casos há, no entanto, que são excepção à regra, nomeadamente se se tratar de um metrosexual - nesse caso, desnecessário será delinear-lhes a roupa - se bem que um contra poderá ser o demorarem ainda mais tempo do que nós, mulheres, na casa de banho.
Portanto, acabamos por ter de, além de nos ocuparmos de nós próprias, nos ocuparmos do (nosso) homem e de tudo a que ele lhe diz respeito - ou pelo menos deveria dizer.
E porque é que acaba por ser uma preparação para os filhos? Fácil - enquanto bebés e crianças, a simples (parece, mas não é) rotina antes de sair de casa passa por lavá-los, vesti-los e preparar aquele saco que é só deles - e que parece um gémeo siamês, apareceu ao mesmo tempo, e que sempre, mas sempre, o vemos com a criança - e que inclui fraldas - das descartáveis e das de pano -, toalhetes, cremes, biberões, chupetas, boiões de fruta, iogurtes e tupperwares com a sopa, xaropes, gotas, aquelas-coisas-para-os-dentes, brinquedos e brinquedos, e tudo o mais que me falta nomear (um dia vou saber ao certo) - para além da responsabilidade que passa por nos lembramos de tudo o que lhes diz respeito e que sabemos não se poder descurar nunca.
A modos de conclusão, quando chegam os filhos - e com eles, o arsenal com que uma pessoa se tem de munir, continuamos a ter de nos ocupar do homem, da casa e de tudo o que ela comporta. No final de tudo, nós, mulheres, acabamos por ter de procurar ainda a disponibilidade, o tempo e a paciência para nos ocuparmos de nós. E ainda têm eles, os homens, a lata de dizer que uma mulher, se acaba por desleixar com o tempo. Pudera!
P.S. Não quero de modo algum, ferir susceptibilidades - homens há, que são melhores pais do que as mulheres - isso é um facto. Ser mulher não implica, infelizmente, a capacidade genética de cuidar o melhor possível dos filhos. Mais, homens há, que se ocupam de uma casa, das roupas, da cozinha, da limpeza, melhor que muitas mulheres.