E a caça continua
A aparente imobilidade dos nossos corpos mascara os músculos contraídos e o sangue em ebulição. Sinto-me a ferver por dentro. Vejo-te, ali, impávido, a dois metros de distância de mim. Eu procuro controlar a ânsia que sinto de te saltar em cima, de voltar a sentir o gosto do teu sangue na minha boca, de rebolar contigo na terra húmida. Pergunto-me em que pensarás tu. Macho alfa, sem dúvida. Disso tenho a certeza. O teu olhar parece perscrutar-me as entranhas. Fico sem saber se a tua intenção é continuares o teu caminho ou demorares-te mais um pouco. Afio as garras, enterro-as na terra quente, não me esqueço - afinal, a caça continua. Tu e eu... sob a lua cheia que se faz sentir esta noite.