Parti-los a todos
Vamos partir todos os relógios. Quebrar as amarras que nos prendem ao tempo. Encarcerá-lo numa masmorra sombria e fria. Para que sinta o mesmo que nós sentimos. Para que morra, como nós, a cada tic-tac. Vamos matar o tempo. Acabar com os segundos usurpadores, os minutos violadores, as horas suicidas. Vamos matar o tempo. Vamos matá-lo antes que nos mate a nós. Antes do tempo. Num tempo que não é nosso. Não é, não é...
[Quisera o destino que viesse a sentir aquilo de que tanto falavas: saudade de um tempo. Duramente se abate sobre a mim a certeza de perceber que a saudade de um tempo tem como atrelado a tristeza. A tristeza de não se ter. Eu diria da falta. Do que sinto... De ti.]