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Blue 258

Blue 258

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14
Set10

Admiro entontecida as cintilantes luzes da cidade reflectidas nas águas serenas do rio. E é o teu sorriso que vejo. A cidade tranquila. E é em ti que penso. E indago o porquê deste sorriso parvo que assoma aos meus lábios. De cada vez que penso em ti. De cada vez. E hoje não me saíste do pensamento. Levei-te logo pela manhã comigo. E permaneceste no meu sorriso. O dia todo.

 

Hoje, durmo abraçada a ti. Sonho nos teus braços. Abraça-me bem.

 

 

Deitados no leito do rio, beijo-te vagarosamente a pele. Embriago-me no teu perfume. Delicio-me com o teu cheiro. Embargo as palavras na tua boca. E entrego-me. Sim, entrego-me. Desnuda. A ti. A ti. A ti.

 

 

 

 

Aconteceu... e por me teres feito cego, recordo o sabor da tua pele e o calor de uma tela que pintámos sem pensar. Ninguém perdeu, e enquanto o ar foi escuro, despidos de passados, talvez de lados errados, conseguiste-me encontrar.

Foi dança, foram corpos de aço entre trastes de guitarras que esqueceram amarras e se amaram sem mostrar.
Foi fogo que nos encontrou sozinhos, queimou a noite em volta, presos entre chama à solta, presos feitos para soltar... Estava escrito. E o mundo só quis virar a página que um dia se fez pesada...

 

E o suor que escorria no ar, no calor dos teus lábios, inocentes mas sábios... no segredo do luar. Não vai acabar. Vamos ser sempre paixão. Vamos ter sempre o olhar ao nível de ninguém. Dei-te mais...! Valeu a pena voar... Estava escrito. E a noite veio acordar a guerra de sentidos travada num céu.

 

Nem por um segundo largo a mão da perfeição do teu desenho e do teu gesto no meu... foi como um sopro estranho... e aconteceu...

És fogo em mim, és noite em mim. És fogo em mim.

 

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