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Blue 258

Blue 258

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# 50 Arder... em fogo lento

03
Out10

O temporal ruge lá fora. Tal é o seu rugido, que o mar, escarpado, parece atacar inimigos invisíveis que se passeiam ao longo da costa. As folhas ainda verdes - poderosa resistência - são rasgadas pelo vento, sem piedade. As árvores balançam sob a batuta do vento, soltam raízes, apoiando-as desnudas na terra molhada.  Lá fora, toma lugar a batalha infernal dos elementos. Cá dentro, a madeira seca crepita na lareira. O teu corpo desnudo abraça o meu. Os corpos beijam-se continuamente no espaço exíguo do sofá. E nele passamos a noite. Nele começou o temporal que agora se arrasta lá fora.

 

 

 

De costas voltadas para ti. Desvias o cabelo negro que me desenha o contorno das costas. Colas os lábios ao meu pescoço. A tua língua... a tua língua saboreia o gosto da  minha pele quente. A tua boca...  delicia-se nos meus ombros. Sabes que não resisto. Não resisto. Já o meu corpo se insinua... deliciosamente. Sinto a tua mão esquerda deslizar dos ombros, serpentear pelas curvas do meu corpo, desaguar no peito exposto ao frio. E aí se aduna a tua mão, acariciando cada curva, cada saliência de pele fina, aquela, aquela que cede, que em breve se verá rendida, ao calor  da tua boca. O meu corpo insinua. O teu responde. Apodera-se de mim a ânsia de te ter... de novo. Fazes-me esperar. Sabes que me provocas, que me deixas louca. A tua mão desliza de novo pelo meu corpo. Segura-me pela cintura. Pressiona-me o ventre.

Entrelaço as minhas pernas nas tuas. Quero-te! E tu fazes-me esperar. Manténs-me presa ao sabor de cada toque, de cada movimento explícito da tua mão. Aguardo deliciada o desfecho desta conquista, lenta, louca e... solto um gemido que abafa a sinfonia que se desenrola lá fora. A tua mão mergulhou no profundo calor do meu corpo, os teus dedos conquistam a vontade que deixa de ser minha. E... outro gemido se perde na atmosfera quente e lúgubre da sala. Pressionas o meu corpo bem contra o teu, ao mesmo tempo que me seguras e prendes com dois dedos. Dois dedos sustentam agora cada movimento do meu corpo. Dois. E já os dois ardemos num fogo lento.

 

 

 

 

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