Vem, e serei tua, tua, na rua que nos leva a ver o mar. Naquela rua. Naquela.
Vem e serei teu na rua que nos leva a ver o mar
«Hoje fiz das tuas mãos o meu fogo. Não vês que fujo por entre cada uma das tuas palavras e não acredito numa só? Porque nas madrugadas em que te amo, toco o teu coração mais um pouco e perco-me dentro de ti e da tua vontade.
E esse aperto que me mata por dentro a razão, e esse teu olhar que me consome de longe querendo-me perto… Desculpa se te faço chorar nas noites em que mais precisas de mim. Se de longe te rompo a alma que amo e que nos juntou. Não foi sorte, foi desejo. E quanto não é tão mais forte a vontade que qualquer trejeito do destino…
Os meus braços estão vazios sem ti.
Volta. Traz esse sorriso para perto de mim. Vamos ser nós nessa encosta de sol que suja de amarelo as estradas. Vem cantar-me ao ouvido, vem! E no encontro das nossas mãos encontraremos-nos felicidade em dias calmos.
Vem. Vem para a minha mão e serei teu na rua que nos leva a ver o mar. É duro e feio de se desejar. É tão grande a vontade que não posso ter-te.
Mas vem. Sou tudo para que sejas feliz sem me perguntares porquê!»
Liliano Pucarinho, no night indigo
P.S. Gajos que escrevem bem. Porra, gajos que escrevem tão bem!
E palavras, palavras, que se adequam. Que dizem. Tanto. Tanto.