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Blue 258

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Lareira, vinho alentejano e boa companhia

04
Dez10

E perceber que, afinal, fui eu a primeira a aprender algo. As primeiras três horas passei-as bem. A partir de um determinado momento, culpa do alentejano, digo eu, infiltravam-se no meu pensamento imagens que eu tentava bloquear à força toda. Meu amigo, a investida americana ao Japão na segunda grande guerra, deu-se na minha cabeça. Porque, meu amigo, a partir de determinado momento, o esforço colossal que eu tive de fazer para controlar o que queria, para me controlar, lançou-me um uppercut traidor que quase me leva ao tapete. Percebi não ser capaz de o suportar. Pensei logo em me cortar. Às saídas, à amizade, a tudo. Pensei mesmo: a partir de hoje, corto. Com tudo. Pode ser que um dia regresse. Ao que restar. De mim. De ti. Do nós que nunca foi. Ou foi. Num momento qualquer em que paraste o tempo.

 

 

E hoje, hoje, tiro as luvas e atiro-as ao chão. Não luto mais. Percebi que estava a lutar contra mim mesma. Desferia socos certeiros a mim própria. E os meus golpes doem-me. Deixam-me dorida de uma forma que se sente de dentro para fora. E esta é a forma que mais dói.

 

Atiro as luvas ao tapete. Não luto mais. Raio de coração que se mete em cada uma! E sim, a culpa é do coração. Do coração que é parvo.

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