Exames médicos
Que ninguém gosta, deve ser um facto. Que eu não gosto, é uma certeza. E hoje, o dia, foi-lhes dedicado por inteiro.
ECG logo de manhã. Estou na sala de espera, e é aí que me bate: electrocardiograma. Electro. Começo a stressar. Tento pensar em coisas boas, lembro-me da Electro Parade: o que eu curti. Mas não, não resulta, começo a sentir-me nervosa, um peso no coração, que raios, penso eu.
Entro, e como estou nervosa, faço uma piada qualquer, o técnico ri-se até mais não, e eu também. Lá me fez o ECG, diz-me que está tudo bem, que o meu coração responde bem (sabe lá ele). Saio de lá a pensar em dizer à médica de família que ando a sentir umas palpitações estranhas: pode ser que me prescreva outro ECG. Vale a pena só pelo giraço do técnico!
O segundo exame da manhã também correu bem e o atendimento valeu a pena. O da tarde, esse, bem, foi bem pior. Se de manhã estava nervosa, de tarde estava a sentir-me mal. É inacreditável como a parte psicológica nos consegue afectar desta forma. O atendimento foi lastimável para não dizer uma merda mesmo. Mas o que importa é que estava tudo bem. Só que isso não impediu de quase bater mal no vestiário. Tive de fazer um esforço para me controlar e saí de lá meia a tremer. Raios, nós somos frágeis, somos. E essa fragilidade assusta-me.
Páro no café da esquina, tomo um belo de um café, compro tabaco, meto-me no carro e... Santa Luzia: não há forma melhor de esquecer tudo. Tudo.


