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E quando te sinto assim, tempestade nos olhos, tornado a dilacerar-te a alma, só penso em dar-te colo. Em abraçar-te neste abraço que é porto de abrigo seguro. Neste abraço que é casa. Que é tudo. Que é tanto.
Abraço-te sem dizer nada, seguro-te no meio dessa tempestade e não abro mão de ti. E deixa que a chuva caia, deixa que os relâmpagos risquem os céus e que os trovões ecoem na noite. Porque nada mais importa. Nada.
Abraça-me. Com todas as tuas forças. Sem pensar. E a pouco e pouco todas as preocupações desaparecem. Abraça-me. Ainda mais forte. Mais.
Olha agora: uma por uma, riscam os céus como estrelas cadentes. Vê como caem inertes na areia e repara que até o mar brinca com elas.
As tempestades vêm e vão. Um abraço destes é para sempre.