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Blue 258

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#5 Aromas

20
Out09

 

Cá dentro, o aroma do café dispersa-se pela casa.

Sirvo o licor. Aprecio as marcas que deixa no vidro. A cor. A doçura. A luz que o trespassa. 

Encaminho-me para a lareira. Para ti. Deslumbro-me com o fogo que reflecte no teu rosto, nos teus olhos. Penso em beijar-te os lábios quentes. Penso em beijar-te no pescoço. Em deliciar-me com a tua pele. Perdida nestes pensamentos, de pé e  de copo ainda na mão, reparo que olhas para mim. Ris com esse sorriso delicioso. Adivinhas os meus pensamentos.  Ajoelho-me, junto de ti, no chão. Coloco um pouco de licor na boca. Pouso o copo e... beijo-te. Pergunto-me porque não paras de sorrir tão travessamente.

Dizes-me que sou insaciável. E ris-te. Respondo-te que sim. E de ti.

Beijo-te o pescoço. Desço lentamente pelo teu peito. Saboreio a tua pele com a língua. Sinto o quente, o calor da lareira. Sinto o teu sabor. Como adoro o teu sabor. Beijo-te o corpo. Vou desenhando serpentinas com a língua na tua pele. Vou descendo. Descendo. Sinto-te rendido. Rendes-te sempre que o faço. De todas as vezes.

Já sabes o que quero. Tenho-o estampado na cara. Avanço e encaixo-me em ti. Beijo-te ardentemente. E tu, mostras que me queres provocar. Entras no jogo. Susténs os meus avanços. Seguras-me os braços atrás das costas, e beijas-me o pescoço. Sabes como gosto... e como isso me põe louca. Provocas-me um arrepio. Era o que querias. Divertes-te com os efeitos que provoca. Não tiras os olhos de mim. Nem tentas. Adoras aquela pele fina e sensível que se enruga. Não resistes nunca a provocar-me ainda mais... com a língua... sinto-a húmida e quente - a tua língua - como adoro a tua língua. Não consigo explicar que  sentimento é este que me faz crer que é perfeita... perfeita.

Com os lábios, provocas-me um pouco mais. Finalmente, sinto a tua boca. Quente, tão quente. Doce, tão doce. Nada mais existe, não há nada lá fora. Nada. Apenas nós existimos neste momento. Nós, e o calor da lareira.

E eu aqui, digo-te que te quero. Quero-te, quero-te. Sabes que não aguento mais. E, só  agora, depois de completamente rendida nos teus braços, e a chamar por ti, é que tu finalmente te rendes.  A mim. Completamente. Totalmente. Consumimo-nos agora num fogo que se inflama cada vez mais.

O vento fustiga a vidraça. Lá fora.

 

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