Sogras
Post prometido há já algum tempo... e, como hoje é domingo, é dia de jantar na casa da "sogra"...
Ora, quando se tem um relacionamento, não importa se é do tipo em que se começa a conhecer ou então já mais sério, chega um ponto da relação em que se acaba por chegar ao momento da apresentação à sogra. Não esquecer que a Cinderela ficou com o príncipe encantado mas também tem a sua.
Por vezes, este primeiro encontro até ocorre inesperadamente, um encontro casual na rua, ou em qualquer outra situação - o que acaba por ser a melhor forma: evitam- se as ânsias da antecipação - o será que ela vai gostar de mim, será que vai encarar comigo - e também o, nem por isso menos importante, será que eu vou gostar dela? Sim, porque convenhamos, lá por ser a mãe do nosso respectivo, isso não tem como consequência directa gostarmos imediatamente delas. Quando não encaramos de todo, temos logo um problema: engolir e aguentar - não nos podemos esquecer, sempre é a mãe dele.
Porque é isto importante - perguntam-se vocês - o conhecer a sogra e ela encarar connosco? Sim, porque casos há em que os próprios filhos não se dão com as mães, daí que a aprovação delas não faça nenhum sentido - nem eles próprios a buscam. Mas e então, para nós, porque é que acaba por ser importante obter esta dita aprovação?
Ora, eu digo que o importante não é obtermos a dita aprovação, o importante é mesmo o encararem connosco para que não acabem por transformar a nossa relação num inferno. Sim, porque acreditem, mesmo que não vos apeteça, mesmo que à partida não encarem com ela, façam um esforço - pode vir a poupar-vos muitos dissabores. É que já nem ponho o caso de elas conseguirem abalar a relação até ao ponto de esta terminar - que conseguem, acreditem; já vi muito disso - refiro-me principalmente ao conseguir "fintar" muita língua viperina, se é que me entendem.
Como em tudo na vida, existem vários tipos de sogras:
Aquelas em que não adianta ser a JLo, a Madre Teresa de Calcutá ou a Lady Di.
À partida (e à chegada) nunca nos vão considerar boas o suficiente para os seus filhos - está-se, digamos, condenado à partida. Apesar de tudo, costumam ser muito simpáticas e atenciosas; algumas nem dão a entender logo de início o que lhes está rajado nos olhos, aquele sentimento que transparece: elas com nariz empinado e retorcido e nós, subitamente tão pequeninas, tão cá em baixo. Outras esfregam-nos logo isso na cara sem dó nem piedade.
Há a versão mãe-galinha-ai-de-quem-se-meta-com-o-meu-filhinho! Estas ui ui, ai ai. Seguem a linha anterior, de que nenhuma mulher será boa o suficiente para o seu filho, mas com a variante de, todas aquelas coisas que elas fazem por eles com a sua abnegação de amor materno, nós não o fazermos, e daí nunca chegarmos a ser como elas. Para já, se quiséssemos ser mães não arranjávamos um marmanjão daquele tamanho para fazer de filho - isto faz-me lembrar outras teorias - e para além do mais, somos mulheres modernas, queremos homens modernos, também trabalhamos, daí acreditarmos (teoricamente , muita teoria aqui) na partilha das tarefas domésticas.
Há aquela sogra que é jovem, dinâmica, que moderna - pensamos nós, que nos acolhe de uma maneira - que nos faz pensar: quem me dera ter uma mãe assim - mas acreditem, porque também mo disseram a mim, porque já conheci uma assim, podem gostar muito de nós, mas no final defendem sempre os seus filhos. O problema destas sogras, é que são tão nossas amigas, gostam tanto de nós, ao ponto de parecerem perfeitas - mas lá para a frente, caso aconteça, trocam-nos rapidamente por outra - tal como os filhos. E todo aquele amor, todo aquele carinho, vemo-lo então dirigido a outra - depois até se arrependem, mas já é tarde de mais.
Depois há aquelas sogras, que têm um ideal de mulher pré-concebido para o filho, boazinha, bem comportadinha, atinadinha, como uma formiguinha, pronto - e esquecem-se: ants sting- and it burns!
Finalmente, aquele tipo de sogra que não está nem aí, peace and love is the way - se bem que ok, liberdade para tudo e mais alguma coisa, mas fico sem saber até que ponto isso poderia ser bom - para o filho e até para nós.
Mais tipos, conhecem? Vá, partilhem - eu adoro quando contribuem com peças que encaixam.
P.S.I Obviamente, e teria de referir isto, indiferentemente da sogra que se possa arranjar, encontrar - chamem-lhe o que quiserem - até sair na rifa, o mais importante é o casal em si, a relação, o amor que os une, o que partilham, em suma.
P.S.II Tenho de ressalvar a sorte que tive com a minha futura sogra. Só me fica bem. She's ok.
P.S.III Se porventura transparecer algum venenozinho em alguma parte deste post, bem... that's life. E afinal de contas, o blogue é meu.