...
31
Out10
Há uma semana, a tarde pintava-se de azul; cristalino como as águas que balouçavam do céu e as do ribeiro que corriam inquietas para o rio. Água que corria desnorteada, presa numa moldura outonal. Por entre o castanho das madeiras, e o verde do musgo, ouvia-se esta mesma música, e sentia-se o toque das gotas de chuva nas folhas, a carícia da chuva nas árvores e as águas que se deitavam no ribeiro. A música transbordava, projectando-se em cada elemento que nos rodeava, só para depois voltar, feito boomerang, atordoando-nos com cada uma das notas de música.