Beijo é sempre, é agora ou nunca, é beijo roubado, é beijo nos lábios, é beijo com língua, é beijar como quem morde, como quem tem fome de mais. Beijo é nos teus olhos, nos teus lábios, na tua boca... Beijo é um beijo nessa boca que te sai, assim, quase sem pedir.
Não tivesse o Ed Sheeran esta voz de fazer derreter, não fosse esta a minha série de estimação, não fosse o Ian delicioso e eu não teria roubado este amargo e doce desejo.
Sinto o balançar das correntes que pesadamente parecem pender sobre mim. Sobressaem sem sobrecarregar o sinuoso corpo. Ou o espírito toldado pela intoxicação da corrente sanguínea. Mas acorrentam. Prendem. A alma. Prendem-me a ti. Ao teu abraço. Ao teu beijo. Acorrenta-me.
Eu estou inspirada. Oh se estou. Devia aproveitar esta inspiração para fazer algo de produtivo. Mais um texto da casa na praia, por exemplo. Mas o pensamento não deixa. Repete constantemente: pele, praia, beijo, boca. E isto termina com imagens de corpos quentes que me bloqueiam o cérebro. E a vontade, ai a vontade, essa quer pegar no carro e sair daqui.
Logo à noite, quando a lua nos sorri e a brisa marítima nos afaga a pele. O teu beijo, o mel. A tua pele, o sal. O teu abraço, o mundo. E o meu mundo, encerrado nesse mesmo abraço. No teu.
Os meus lábios perdem-se nos teus. As nossas bocas envolvem-se na saliva doce. O meu corpo balança de encontro ao teu. Descubro a tua pele... e saboreio-te. Beijo-te, mordo-te, quero-te todo neste beijo. Quero-te. Já. Agora. Quero-te!
I can hardly wait
As minhas mãos perdem-se no teu corpo. As tuas não largam o meu. E a tua boca beija a minha sem pudor, marca-me o pescoço e morde-me os ombros. E eu gemo e deliro. E balanço o meu corpo de encontro ao teu.
As minhas mãos percorrem a tua pele ávidas de desejo. E eu quero-te. Já. Agora. Quero-te. E é este mesmo desejo que não nos deixa chegar a casa... aquela, na praia, sem vizinhos por perto.
It's been so long I've lost my taste Say angel come Say lick my face Let fall your dreams I'll play the part I'll open this mouth wide Eat your heart
I can hardly wait
Unes os nossos corpos num abraço apertado. Nem o desejo permites respirar. A boca, ofegante, morde-te a orelha: Tenho fome de ti. Quero-te. Já. Agora.
Deliras com a certeza do meu querer. O teu corpo quer o meu e sem demora. Num rompante, fazes da duna, sofá. E já eu liberto o teu corpo da camisa. Arranho-te as costas. Mordo-te os ombros. Beijo-te a morder. É a fome deste querer. De te querer. E eu quero-te. Como te quero!
Lips cracked, dry Toungue blue burst Say angel come Say lick my thirst It's been so long I've lost my taste Here Romeo Make my world as great
Prevejo o meu corpo na areia fria. Deliro ao sentir as tuas mãos no meu corpo quente. A tua boca, na minha. O teu beijo, no meu. E eu bebo despudoradamente o teu sabor. E a sede da minha pele quer engolir a tua. Tenho sede... sede de ti.
E deixo-me perder no teu beijo molhado. Deixo a saliva marcar-te de desejo. Saboreio o teu na minha pele. As minhas pernas enlaçam-te pela cintura. Prendem-te contra mim. A minha boca não deixa a tua. As minhas mãos saciam-se da vontade do teu corpo. Fome. Sede. Fome. Sede. Fome... e sede.
Capturados num abraço de querer. Um abraço que é desejo. Mordo-te. Beijo-te. Deliro. Gemo. Quero. Quero-te. Já. Agora. Aqui.
Lugares. Há algo nos lugares que nos marca. Parecem mesmo imiscuir-se em nós. E neles deixamos parte do que somos. Será esta simbiose que os torna especiais. Só nossos. Até os partilharmos com alguém. E mais alguém deixar lá parte de si. E levar consigo um pedaço daquele lugar. Aí deixam de ser só nossos. Foi assim que aquele lugar passou a ser teu também. E eu, tua.
Vem ter comigo àquele sítio. Aquele, junto à praia.
Espero por ti, encostada ao carro. Ao chegar, trazes aquele olhar traquina e sorriso malandro - cá para mim, voaste o caminho todo com ele nos lábios. Deténs o carro. Fixas-te em mim. O teu sorriso abre-se ainda mais e os teus olhos fecham-se num olhar aberto.
Sais. Fechas a porta, encostas-te e deixas que os teus braços chamem por mim. Respondo encolhendo-me no teu abraço. Pouso a cabeça naquele sítio, naquele... e deixo-me estar. Sinto como se tivesse chegado a casa após uma longa ausência. Rosto rendido no teu peito e mãos tranquilas. Sim, cheguei a casa.
Respiro o perfume da tua pele na camisa. As minhas mãos acariciam o teu peito, as tuas costas, deixando-te enlaçado pela cintura. O meu rosto não descola do teu peito, e timidamente, os meus lábios beijam-te a pele através do tecido. Sinto o calor do teu corpo. A tua respiração. Sinto as tuas mãos acariciarem-me as costas com doçura. Envolves-me num abraço doce, suave, forte e destemido.
Lembro o primeiro abraço. E volto a sentir-me miúda nos teus braços. E tu, tal como da primeira vez, por me sentires miúda ou a ânsia de te ter, deixas que a ternura tome conta de ti. E esperas preso num momento que quer mais e ainda assim quer segurar o agora.
Permaneço abraçada a ti, rosto deliciado no teu peito. Os teus lábios beijam-me os cabelos, depois o rosto. Sinto a tua respiração quente que se imiscui na minha boca. Procuro resistir. Fazer perdurar aquele momento.
Os meus lábios beijam o teu peito. Em pontas de pés, beijam o ombro... o pescoço. Tocam ao de leve na tua pele. Absorvem o teu cheiro. Molhados, beijam-te novamente a pele. Conquistam o teu sabor.
Follow me now To a place you only dreamt of Before I came along
When I first saw you I was deep in clear blue water The sun was shining Calling me to come and see you I touched your soft skin And you jumped in with your eyes closed And a smile upon your face
Apercebo o meu corpo que já se insinua contra o teu. E o teu que começa a responder ao apelo do meu. Mordo-te delicadamente o ombro... o pescoço. Apercebo a tua boca que quer a minha... e resisto. Mordo-te o outro ombro. Beijo-te a pele... o pescoço. Perco-me no teu pescoço, no teu perfume, no cheiro da tua pele. Perco-me. No teu abraço. Encontro-me... em ti.
Sinto com se não te tivesse à muito. Uma saudade que rói por dentro. Uma fome... de ti. Não resisto mais... lanço-me no teu beijo. Os teus lábios esperavam impacientes pelos meus e as tuas mãos acompanham-nos agora. A tua boca recebe a minha, ambas insaciáveis. Queriam-se insaciavelmente e beijam-se agora insaciáveis. Um beijo que é querer. Entrega. Um beijo que somos nós. E que nos reduz. A um beijo.
Uma harmonia deliciosa espraia-se pela casa. Entusiasma a madeira. Trespassa a pedra. Desafia a areia. Insinua-se no mar. Perde-se na crista das ondas.
Vem almoçar a casa. Salada de legumes frescos e nozes. Lombo assado com ananás. Vinho tinto. Tons de vivacidade polvilhados pelas orquídeas selvagens, aqui e ali. Azuis profundos, roxos exuberantes, amarelos luminosos, vermelhos imperiais. Vem almoçar a casa... aquela, na praia, sem vizinhos por perto.
Oiço-te chegar. Espero-te à porta. Entras e beijas-me num abraço. Aquele abraço que alimenta... e tempera a alma. E nesse mesmo abraço enlaço-te firmemente pela cintura e a minha boca suspira: dança comigo.
Num abraço ainda mais apertado, beijas-me o pescoço, os ombros... as tuas mãos percorrem as minhas costas, o pescoço, os ombros... também elas beijam. Também elas querem beijar. A tua mão esquerda afunda-se no meu cabelo e a direita conquista os meus lábios... que sem demora cedem aos teus.
Com esse olhar enlevado de ternura... o mesmo que tens neste momento, sorriso malandro nos lábios, esse, esse mesmo que te aflora agora aos lábios, apertas o meu corpo contra o teu, e sussurras ao meu ouvido:
When we dance, angels will run and hide their wings
E eu entrego uma vez mais a minha boca à tua. Dou-me por inteiro num só beijo. No teu beijo. E num beijo sabes que sou tua. Um beijo que é entrega mútua. Beijamo-nos como se o amor não tivesse fim. Os corpos rendem-se à paixão... As almas ao amor.
The priest has said my soul's salvation Is in the balance of the angels And underneath the wheels of passion I keep the faith in my fashion When we dance, angels will run and hide their wings