Clichés
11
Abr10
Retiro um prazer imenso em caminhar pela areia, descalça, e de calças arregaçadas. Em molhar os pés, os tornozelos, as pernas. Em caminhar constantemente ao longo da linha de água. Em perder o olhar no azul do céu, no reflexo prateado do mar, no areal dourado. Em deliciar-me com todos os sulcos esculpidos pela água. Em contemplar a areia molhada e a areia ondulada pelo vento. Em me absorver por completo no vento a roçar as ondas, no sibilar resultante do seu encontro com todas as coisas. Em esperar que o horizonte abrace o sol cor de fogo. Em sentir o rosto quente da exposição ao sol. Em regressar a casa com areia nos pés, a pele salgada.
Coisas parvas, eu sei.