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Blue 258

Blue 258

...

Tu

04
Mai21

Não te conheço

Não sei o teu cheiro

Não sei o sabor da tua pele

Mas é o teu colo que eu quero. É no teu colo que eu penso quando me sinto pequenina (sim, eu, a sentir-me pequenina). É no teu colo que eu penso quando os dias estão mais do que cinzentos (tu sabes bem do que falo, aqueles dias cinzentos). Quando o peso da escuridão se abate sobre nós, é no teu colo que eu penso. E tudo aquilo que eu não conto a ninguém, aquilo que nem a mim própria assumo. Mas por vezes é em ti que penso.  E é o teu colo que eu quero agora.

E eu não te conheço.

E eu não sei o teu cheiro.

E eu não sei o sabor da tua pele.

 

 

Hoje é um daqueles dias

14
Mai20

Em que preciso de colo. Daquele colo. Hoje é um daqueles dias, um dia raro, em que preciso desse colo. E não é qualquer colo. Não é o colo de qualquer um. Porque este tipo de colo é especial. Nem todos sabem o que é. Nem todos sabem dar. Nem todos percebem. Nem todos entendem.

 
aquele colo, sem perguntas, quase sem falar
mas aquele colo em que me afundo
em que me posso afundar

 

 

Aquele colo que é abraço. Aquele colo que é porto de abrigo seguro. Porque há dias assim. Há dias em que eu sou só pedacinhos. Há dias em que se notam todas as fissuras, há dias em que eu deixo que se veja como me quebraram e eu me voltei a colar. Há dias em que eu pareço frágil, em que pode parecer que se me tocarem ou se me mexer demasiado rápido, que os pedacinhos vão começar a cair. Um por um. Mas não. Não vão cair. E eu só preciso de me afundar nesse colo, no teu colo, e que me abraces. Que me deixes ser pedacinhos aos teus olhos. Que deslizes o dedo pelas fissuras como que a contar as vezes que me colei. Que me abraces como que a dizer:

I got you. Every little piece of you. I got you.

 

 

 

Das sintonias

05
Nov19

Um post meu. Público.

Um comentário meu, privado, sobre esse mesmo post, a outra pessoa que não a Daniela*

[20:07, 03/11/2019] : E isso foi o q escrevi na sexta
[20:09, 03/11/2019] : há muitos tipos de colo. mas esse nem sei se poderei dizer que é o pior de todos. mas se é o pior de todos é o que consegue que o colo seja o maior de todos. porque tem de ser igual e na mesma medida que precisas no momento

No post da Daniela: "É que, por muitos caminhos que corras, no final de tudo, quando mais nada importa a não ser o que de verdade importa, tu só corres para o amor que te chega quando mais nada chega."

 

*Porque à Daniela eu não teria de explicar isto do colo; nem do abraço que é tanto. tanto. a nossa sintonia vem de longe, foi sendo pautada aqui e ali, nos nossos blogues ao longo dos últimos anos. e em privado. em privado, deixamos a sintonia marcar os dias e as conversas. porque a sintonia não se explica. sente-se. e por vezes encontra-se. habituada a esta sintonia como sempre estive, desde o primeiro momento em que nos conhecemos, hoje,  e nós que sempre fomos tanto de palavras, hoje, a Daniela conseguiu deixar-me sem palavras :)

Quando as palavras da Daniela parecem ter sido escritas só para mim

05
Nov19

Para quem corres?

No final de tudo, para quem corres? Quando mais nada importa a não ser o que de verdade importa, para quem corres? Quando não te resta nada, quando precisas de um lugar seguro para cair, para quem corres? Quando tens tudo, quando precisas de mostrar o teu coração a transbordar, para quem corres? Para quem corres, mesmo que em segredo, mesmo que só no silêncio do teu coração?

Para quem corres?

Quando precisas de um abraço que te envolva e te esconda do mundo, para quem corres? Quando precisas de uma mão que te resgate e te agarre bem, para quem corres? Quando precisas de um olhar que te invada por dentro e te toque a alma, para quem corres? Quando precisas de um sorriso que te pare o mundo e te salve o dia, para quem corres? Quando precisas de um beijo que te arrepie e te cure as dores, para quem corres?

Para quem corres?

É que, por muitos caminhos que corras, no final de tudo, quando mais nada importa a não ser o que de verdade importa, tu só corres para o amor que te chega quando mais nada chega.

Daniela, a menina dos abraços

 

...

01
Nov19

E hoje queria colo. Deitar-me pura e simplesmente no teu colo e ali ficar. Sem falar. Sem pensar. Lareira acesa, luz difusa, a casa em silêncio só para ouvir o som do mar.

É esse o som que me chega agora pela janela aberta. Falta-me o toque da tua mão na minha testa. A tua voz ao ouvido a dizer-me baixinho: vai ficar tudo bem.

E o sorriso que faz esquecer qualquer dor. Que apaga qualquer febre. E deixarmo-nos estar. Assim. E deixarmo-nos ficar. Só assim. Enebriados por um mar que nos embala e um vento suave  que arrepia a pele.

Até ao momento em que também eu sorrio e murmuro: vai ficar tudo bem.

 

 

E esta, esta música, veio ter comigo... é minha, tão minha. Sou eu. Hoje, sou eu.

09
Fev11

 

 

 

 

"Estou em mim como um soldado que deserta, dá meia volta ao mundo em parte incerta. Não sei como cheguei aqui... quis ser tudo.

Estou mais só do que sozinho, chega mostra-me o caminho, leva-me pra casa. Corre, vem depressa, o tempo voa, só anda às voltas, dá um nó...

 

Não sei como cheguei aqui

Quis ser tudo

Estou mais só do que sozinho
Chega mostra-me o caminho
Leva-me p'ra casa

O tempo voa... o tempo voa

Nem sei como cheguei aqui..."

 

 

Tu, sim tu, tu, chega aqui, mais perto, aproxima-te, mais, mais um pouco, quero falar-te ao ouvido, em sussurro, chega aqui, bem juntinho de mim, mais, mais perto ainda, vou falar-te ao ouvido. E sussurro, devagarinho, tão devagarinho, e páro, olho-te nos olhos, sorriem-me, só eles ouviram, tu não, e eu sorrio também, e os meus brilham, brilham tanto, mas tanto, e eu volto a falar-te ao ouvido, assim devagarinho... ouviste? Ouviste agora?

Chego mais perto, mais perto ainda, encosto o meu corpo ao teu, envolvo-me no teu calor, entrego-me no teu abraço e rendo-me ao teu colo. Posso dormir no teu colo hoje? Deixa-me sonhar contigo... Deixa.

 

 

 

Ao final do dia...

09
Mar10

 A noite parece insinuar-se de mansinho. Aos poucos, vai-se deitando incólume no extenso areal de tons dourados. O vento, parece recostar-se nas ondas deste mar, hoje mascarado de um azul profundo. Acendem-se as luzes da avenida. Instala-se a melancolia. As cores da noite, avançam, vitoriosas, sobre a cidade. Os azuis e laranjas do pôr-do-sol, resilientes, marcam ainda passo no horizonte.  Quando olho, já a noite se alongou na praia... como eu, eu, me queria deitar no teu colo, resguardar-me do frio, no calor do teu abraço.