O novo álbum de Death Cab For Cutie, “Kintsugi”, com lançamento previsto para 31 de março já pode ser ouvido aqui.

Note-se que o registo, que sucede a “Codes and Keys”, editado em 2011, é o último trabalho da banda com o contributo de Chris Walla, que deixou o coletivo no verão passado, após 17 anos anos com os Death Cab For Cutie. A produção do álbum, desde sempre entregue a Walla, ficou, desta vez, a cargo de Rich Costey.

O título do registo é, aliás, inspirado na partida de Walla, segundo explicou o baixista, Nick Harmer, à “Rolling Stone”, em janeiro passado:

“O álbum chama-se Kintsugi. É um estilo de arte japonesa em que eles pegam em objetos de cerâmica fraturados, partidos, e os montam de novo, com ouro, de forma muito óbvia. Eles tornam a reparação de um objeto uma parte visual da sua história. Isso refletiu-se em nós, como filosofia, e relaciona-se com o que estamos a passar, tanto profissional como pessoalmente. No Ocidente, se partires uma relíquia de família, ou a deitas fora ou tornas a reparação tão invisível quanto possível. Mas há um movimento artístico no Japão, em que a reparação, o dano, é mais importante, como parte da história de algo, do que reparar algo de volta ao seu estado original”.

Dou por mim a pensar no tempo. No tempo que decorre e discorre intravenosamente, sem nos pedir licença, sem nos pedir perdão. Perdão pelos segundos, pelos minutos, pelas horas que nos rouba sem misericórdia, impiedoso, incontrolável, assassino a sangue-frio.

Perco-me na imagem desfocada que ainda guardo de ti. Fotografia corroída pelo tempo. Papel empedernido, desgastado pelas vezes sem conta que te voltei a segurar nas mãos, que te segurei junto do peito. Imagens, momentos, recordações. O teu olhar. O teu sorriso.  Os contornos do teu rosto. Temo a recordação que a ausência fará de ti.

Eis que o tempo se entranha no meu corpo. Debilita, como doença maldita que nos rouba a memória. De momentos, de quem fomos, de quem ainda somos. Discorro no tempo. Penso num mundo sem ti. Penso em mim, sem ti. Não encontrar mais esse sorriso. Esse olhar profundo que nos embriaga e desperta ao mesmo tempo. Não  me morras nunca.

"do they collide?"
I ask and you smile.
With my feet on the dash
The world doesn't matter.

Abri novo post. E fiquei à espera. De quê, nem eu sei. Acreditem, não sei mesmo. Voltei a carregar no play mais uma vez. Esta já é a terceira vez que a música toca. E eu continuo à espera. De quê, não sei. Acreditem, não sei. [...]

E a tocar pela quarta vez consecutiva:

Música roubada à minha querida Maggie, que continua a ter uma pontaria certeira. Sem saber como ou porquê, certeira.

[Post Editado]

When the wind picked up the fire spread
And the grapevines seemed left for dead.
And the northern sky, looked like the end of days,
The end of days.

The wake up call to a rented room
Sounded like an alarm of impending doom.
To warn us it's only a matter of time.
Before we all burn

 Podia agora divagar, mas não o vou fazer. Apenas vos quero desejar a todos um bom ano - 2010 - que seja um ano de força, coragem, convicção. Que seja um ano pleno de felicidade e alegria.

E agora, uma musiquinha, como não podia deixar de ser. Death Cab For Cutie - um grupo do qual nem todos gostam - but that is the fucking point - é para quem gosta ;)

I wish the world was flat like the old days
Then i could travel just by folding a map
No more airplanes, or speed trains, or freeways
There'd be no distance that could hold us back.

There'd be no distance that could hold us back

So this is the new year

E porque agora, depois do banho... os dois fresquinhos, tão fresquinhos,  deitávamo-nos na cama... no quentinho. Encostávamos os nossos corpos... Abraçávamo-nos... Beijávamo-nos... e fazíamos amor em câmara lenta... Doce... tão doce... devagar, tão devagar... e fazíamos amor... assim... Até adormecermos... os dois.

P.S. Gajo, tens uma categoria só para ti - tinha de ser, quantas músicas já te roubei eu ?