Crónica de uma morte anunciada
Não, não venho aqui falar do livro de Gabriel Garcia Marquez. Não tenho lido grande coisa o que é típico meu nos primeiros meses do ano - percebi isso graças ao registo que fui fazendo dos livros lidos no blogue - e aprendi a aceitar(-me). Tenho mantido o blogue porque lá está, sou daquele tipo de pessoas que gosta de guardar tudo mesmo que já não lhe faça falta.
Faltava-me a inspiração para escrever e no entanto, sentia a necessidade de um registo diferente. Este ano aprendi que devemos libertar-nos daquilo que já não precisamos para fazermos espaço para algo novo. E deixar o Blue258 é isso mesmo: fazer espaço para criar um blogue novo. Não consigo sequer expressar em meras palavras o meu agradecimento a quem me acompanhou neste percurso e a quem me ajudou a crescer. Porque as histórias (e estórias) partilhadas são pedacinhos nossos. E eu por aqui deixei tantos pedacinhos de mim e levo tanto comigo. Tanto.
Levo daqui amizades. Portos de abrigo. Sorrisos. Lágrimas engolidas por rios tempestuosos porque sim, essas também fazem parte da vida.
Relembro hoje a razão que me impeliu a começar este blogue, a necessidade que sentia de pôr cá para fora aquilo que me atormentava cá dentro. Problemas da vida dos outros que pelo simples facto de as nossas vidas se entrelaçarem em dado momento, a tempestade quando chega, atormenta-nos a todos. Mas hoje decido partir por mim.
Para explicar melhor o post anterior: despedi-me do meu emprego. Estava a adorar, é um facto, era excelente no que fazia e os elogios de hóspedes e parceiros era (e é) prova disso. Mas quando o nosso sucesso é difícil de engolir para a entidade empregadora, rapidamente percebemos que há ali um problema. Como a entidade empregadora não ia mudar, mudei eu. Não estás bem, muda-te. E foi o que eu fiz.
Temos de fechar portas para abrir janelas.
Se custa? Claro que custa. Mas sei que não há nada como sentir aquela sensação de alívio, o peso que retiramos dos ombros com uma simples decisão.
Tal como fiz no meu último emprego, quis deixar a "casa" arrumada e pretendo fazer o mesmo por aqui.
O meu agradecimento a todos os que fizeram da viagem do Blue258 uma viagem tão memorável e em especial à incrível equipa do Sapo e ao nosso amigo verde, o Sapinho.
Isto não é um adeus, é um até já.