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Blue 258

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Fairytales

27
Jun10

Once upon a time in a faraway kingdmon, there was an Enchanted Princess and her Prince Charming. They met, fought the ugly witch, married and lived happily ever after. How's this for a short fairytale?

 


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Era uma vez uma princesa e o seu príncipe encantado...
O Príncipe Encantado não era perfeito, e tal como qualquer homem, tinha os seus defeitos. Provavelmente, também deixava o tampo da sanita levantado, respingava por todo o lado e não limpava.  Não era perfeito. De todo. Então porquê esta coisa toda de encontrarmos o nosso príncipe, se ele não é perfeito, e se em muitos casos, nem rasgos de perfeição possui?
Ora, a perfeição não existe. E então, porque é que a princesa se apaixonou? Fácil. O sentimento, o dito amor, tornava o príncipe perfeito aos olhos dela. Daí não adiantar nada procurarmos o homem perfeito. Ele não existe. Príncipes encantados, muito menos. São um mito. Princesas, só as do Mónaco e afins. Lembrem-se disso. E até essas casam com plebeus. Ah pois é. Por alguma razão, não vêem príncipes nos que o são efectivamente. Encontram-nos nos plebeus. A verdade é que encontram o amor. E é o amor que torna o mais comum dos mortais num príncipe encantado digno das histórias da Disney.
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E foram felizes para sempre. Foram? Não sabemos. É que a história ficou por ali. E as nossas histórias, também ficam por ali. Quando terminam. Quando o sentimento evapora. Mas no caso dos príncipes encantados e das princesas, caso houvesse continuação, a história seria igual a tantas outras. Bastava darmos-lhe seguimento. A princesa tem 3 ou 4 filhos, engorda 20 quilos, sente-se frustrada por estar no castelo e não fazer nada de útil com a vida dela, não tem sexo com o príncipe há sabe-se lá quantos meses,  dá-lhe no xerez como se não houvesse amanhã, e para cúmulo dos cúmulos, descobre que o príncipe anda é preocupado em montar... a filha da criada.

E por falar em filhos, as cozinheiras que ainda permaneciam no castelo - tinham salários em atraso por receber, por isso não arredavam pé dali tão cedo - fazem queixa à segurança social da época - não estão para aturar os filhos dos outros - que vai até ao castelo e trata de levar a pirralhada para um centro de acolhimento.

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Mais, com tanta festa, gente a fugir aos impostos, as contas começam a amontoar, e as ameaças dos credores sobem de tom. Há consertos e obras a fazer no castelo. O príncipe não quer saber.  Nunca teve queda para a bricolagem. E hoje em dia, é vê-lo agarrado ao cigarro, é que nem o larga para montar (a cavalo ou a filha da criada). A princesa quer vestidos novos. De tão gorda que está, são necessários metros e metros de tecido para lhe fazer um simples vestido. E discutem. O príncipe monta, no cavalo (desta vez), e vai galopar porque não está para aturar os gritos histéricos da princesa. Ela, devora chocolates até rebentar com as costuras do vestido. Berra e chora. Os seus gritos desalmados ecoam pelo castelo vazio e até às redondezas. De castelo encantado, passou a castelo assombrado.

 

 

Moral da história: qualquer princesa, pode tornar-se numa velha matrona. O encanto do príncipe,  evapora, tal como parecem evaporar os abdominais rijos e o sorriso pepsodent. E o que começa como uma história encantada, termina muitas vezes assombrada.