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«Às vezes não mando uma mensagem a alguém, não com medo da resposta, mas com medo de não ter resposta.»
kiss me, in beijo na boca
[...]
E depois venham lá dizer que o coração não é parvo.
[Post Editado]
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«Às vezes não mando uma mensagem a alguém, não com medo da resposta, mas com medo de não ter resposta.»
kiss me, in beijo na boca
[...]
E depois venham lá dizer que o coração não é parvo.
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Ligo-te silenciosamente, sem fazer ruído. Sem provocar altercação. Procuro ouvir a tua voz, sentir o teu calor. Espero que me oiças. E me respondas.
E como sou amiga, vou agora partilhar convosco. Pode ser que alguém se encontre na mesma situação, ou venha porventura a precisar um dia mais tarde.
O coração, quer falar. Isso nós já sabemos, não é verdade? Pois é. Começa de mansinho e vai subindo de tom: ah, há algum tempo de não me deixas falar, não me deixas dizer nada, e eu quero dizer isto, e mais isto e aquilo. E como se não bastasse, insiste: e o que sentimos deve ser sempre partilhado, patati, patata.
A razão diz que não, e o coração, teimoso como é, insiste. Contra-ataque: a razão enumera todos os factos vísiveis e prementes. Constatações inabaláveis e realistas. O coração não tem como fugir perante tais argumentos, e remete-se ao silêncio. Pelo menos por uns tempos*.
*Umas horas, vá. Pelo menos deixa de nos chatear naquele momento.
Os meus braços em volta do teu pescoço. As minhas pernas enlaçadas na tua cintura. O meu corpo ondulante. Beijo-te. Mordo-te. Sorris que nem um perdido! Os teus olhos brilham de tal forma que o imenso céu estrelado parece ter-se condensado no teu olhar. Sabes o que quero. Sabes que quero... mais.
Leva-me para dentro...
Ergues o teu corpo e sustentas o meu... caminhando pela areia... o meu corpo perfeitamente encaixado no teu... o meu abraço apertado... as minhas coxas firmes que se insinuam... como que para não te deixar esquecer. Sentir-te assim... parte de mim... perfeito, perfeito.
Entre sustentar o peso do meu corpo, e acompanhar os meus beijos... não sei como conseguiste chegar ao alpendre. Beijo-te. Mordo-te. Beijo-te! Mordo-te! Pareço não querer entrar em casa. Provoco-te. Faço pressão com as coxas... para que te lembres... para que sintas... ainda mais... o quanto te quero. O teu olhar parece incendiar a noite. Vejo um clarão percorrer o mel dos teus olhos castanhos... a doce resposta à minha provocação. Entendemo-nos tão bem...
Adoro provocar-te... e ler a resposta imediata... no teu olhar, no teu sorriso... no teu corpo. E tu, tu, não resistes à minha provocação. Adoras provocar... e ser provocado. Mordes-me os ombros em resposta. E eu, mordo-te novamente o lábio. Beijas-me a morder, desvairado. Mordes-me os ombros. Deliro!
Como adoro que me mordas os ombros!
Cerro ainda mais as minhas coxas como resposta. Mordes-me novamente os ombros... alternando com o pescoço e o peito. Aperto-te sucessivamente... da forma mais doce possível. Da forma mais doce...
Olhas-me nos olhos. Vejo reflectidas as mesmas ondas de prazer que te inflijo. Ondas de prazer que te cingem no aperto mais louco que te posso dar. Ondas de prazer que se repetem e te inflamam cada vez mais. Ondas de prazer que se propagam velozmente até ao teu coração. Não falas, e no entanto, dizes tanto! Perco-me... no mais profundo do teu olhar.
Sinto as tuas mãos segurarem-me as coxas com firmeza. Ergues suavemente o meu corpo... para o deixar cair sobre ti, pressionando-o fortemente contra o teu e encostando violentamente as minhas costas à porta de madeira maciça da entrada. Sorrio... e desafio-te com o olhar: outra vez! Levantas o meu corpo, e voltas a fazer-me embater na madeira. Sorrio que nem uma perdida! Mais uma vez! E a porta estremece. Outra. E mais outra!
Inacreditável como os nossos lábios não precisam proferir uma só palavra... quando falamos a cada movimento, a cada sorriso... a cada olhar.
Alivia o peso no peito.
Realmente alivia.
Falta é aliviar o resto.
E pronto... já é dia 24. É oficial. E eu aqui a sentir-me uma merda. E porque este é o propósito do blogue, e aqui está ele, a cumpri-lo. Falar, não consigo. Lá fora, o vento turbulento, o eco aterrador do trovão... e o temporal cá dentro, bem cá dentro do meu peito.
Falar não consigo. Deixa-me deitar a cabeça no teu colo, ampara-me com os teus braços... e lê o que o meu olhar procura dizer. Aquilo que a boca é incapaz de fazer. Apenas assim poderei aliviar este aperto. Falar não consigo.
Pai Natal, estás aí? É só para dizer... quero o colo que preciso neste momento. Troco o Asus, a neve... e até o Jude. Verdade, até o Jude.
E agora, só me resta pegar no mp4, escolher o melhor álbum... e tentar dormir... esperar que de manhã me sinta melhor... ou o dia... vai ser encantador, com certeza.
«Falar é apenas um pretexto para formas de comunicação mais subtis. Quando estas não funcionavam, a conversa morre. Se duas pessoas querem comunicar, não interessa nada se a conversa é confusa. (...) Quando uma pessoa realmente começa a falar, é como se se entregasse. As palavras são atiradas irreflectidamente,não contadas como moedas. Não nos preocupamos com os erros gramaticais e factuais, as contradições, mentiras e tudo isso. Falamos.»
in Sexus, Henry Miller