Quando era mais nova, pegava no carro da minha mãe e quando lho entregava, já ia na reserva. Agora, é ela quem pega no meu carro com gasóleo e mo entrega sem nenhum...

Isto de tomar conta do(s) filho(s) dos outros, tem muito que se lhe diga. Logo às oito da manhã, os meus pensamentos deambulavam entre as esquinas do vidro da mesa da salinha e qualquer outra aresta que pudesse causar dano. Não é fácil. Nada fácil. Dei por mim a pensar que esta casa não é à prova de criança, que inúmeros são os perigos que por aqui espreitam.

E se um pai ou uma mãe nos confiam a cria mais velha, que por causa da visita do papa não teve escola, o mínimo que temos a fazer (ou pelo menos é nosso dever tentar), é ao final do dia entregar-lhes a criança em perfeitas condições (leia-se sem arranhões, nódoas negras ou contusões de qualquer tipo).

Se tratando-se dos filhos dos outros já é complicado - a preocupação constante - então imagino quando se trata dos próprios filhos: a preocupação por hora, por minutos, por segundos, por nano-segundos... elevada ao quadrado. Ou ao cubo.

Crianças: a coisinha mais adorável deste mundo.

Amordaçadas. E amarradas. De preferência.

Os filhos dos outros tiram-me  a vontade toda de ter filhos.