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Blue 258

Blue 258

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25
Set10

 

Porque eu sou terra. Sou água. Sou chuva, rio e mar. Sou as luzes que se reflectem nas águas. Sou o crepúsculo que abraça a cidade. Fui pele, paixão tórrida e querer louco. Fui areia, sol, mar, lua e estrelas. Fui. Deixo que me invada agora o Outono e procuro que me tempere a alma e apazigue o coração. Procuro ser... Eu.

 

 

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18
Set10

Já não me lembrava de sair à varanda, descalça, e a estas horas. E com este sentimento que conheço tão bem. E a banda sonora que me parece perfeita. Apesar de, esta noite, o céu não estar estrelado. E para ver a lua tenho de olhar na direcção do mar e pôr-me em bicos de pés porque está baixa e o pinheiro em frente quase não me deixa ver. Mas vejo-a da minha varanda. Vejo-a.

 

 

E com isto quero dizer... aquilo que já não digo há algum tempo. E que há exactamente 57 segundos atrás (o tempo em que fiquei bloqueada a pensar no que ia escrever) tinha a firme convicção de que o ia dizer aqui no blogue. Primeiro, pensei num sms. Depois disse a mim mesma que não. Um email? Isso é que não, decidi eu rotundamente. Blogue! No blogue sim, pensei eu. E cá vim eu.

 

Comecei por banalidades, fiz um drifting numa private joke... e dei por mim a ponderar novamente. Vi logo que estava tudo fudido. Menina, trata é de escrever que afinal não vais dizer o que cá vinhas dizer.

 

 

P.S. Este blogue já não é o que era.

 

 

#43 Espero por ti

22
Jul10

Sentada no sofá. Aconchegada no teu abraço. Cabeça pousada naquele sítio, naquele, naquele... tu sabes, tu sabes... Envolta por uma doçura que parece não ter fim... e o teu cheiro impregnado em mim, em mim, em mim... E espero o toque das tuas mãos, o calor do teu corpo, o mel do teu olhar... enquanto os meus olhos vislumbram a chuva que brinca na praia e o vento que acaricia a vidraça. Espero por ti, na casa da praia, aquela, sem vizinhos por perto.

 

 

Give me more than one caress
To satisfy this hungryness
We are creatures of the wind
Wild is the wind

 

O marulhar sobe de tom e o vento sibila a tua ausência... o mar ama revoltado, voltando-se para a lua, suplicando a sua doçura. E a lua, impávida e serena, parece troçar lá do alto. O mar, agora encrespado, procura lançar o seu manto salgado cada vez mais alto. Quer atingir a lua, tocá-la, envolvê-la, e diluir-se na sua doçura. Falha, e rebenta a sua fúria nas rochas. Maldiz a lua e jura amor ao sol. Ao sol, a quem vê indiferente de dia. Ao sol.

Mas é a lua que ama, foi esta quem  o enfeitiçou. E eis que chegas tu, acalma a revolta lá fora,  e um calor se apodera do meu corpo. Entras, e ao ver-te, o meu coração bate descompassado a melodia afinada do amor. Aproximas-te, e os acordes soam mais alto. Levanto-me e voo na tua direcção: já o coração pula de emoção. Corro para o teu abraço, inspiro profundamente o cheiro da tua pele, uma e outra vez... mais uma vez. Resguardo o meu corpo no calor do teu, afundo-me na tua doçura, perco-me no castanho dos teus olhos. Acaricio-te o rosto, e ronronando como um gato, peço-te: abraça-me com força. Abraça-me...

Abraça-me. E tu sorris, desarmando-me, quando desarmada estava eu, e mesmo que não estivesse, ao ver-te sorrir com o olhar, deixo cair as armas ao chão, e ao ver esse sorriso doce nos teu lábios, perco as forças, e rendo o meu corpo ao teu. A ti. À tua vontade.

 

You... touch me... I hear the sound of mandolins
You... kiss me... With your kiss my life begins

Love me, love me... Say you do
Let me fly away... With you

 

 

Em noite de S. João*, lembrem-se

24
Jun10

De adormecer logo depois de jantar pela segunda noite consecutiva.

De acordar depois das dez da noite (mais cedo do que na noite anterior).

De não ter coragem para conduzir até ao Porto como planeado.

De sair de casa depois da meia-noite para tomar café.

De ir até à praia. De molhar os pés. De correr. De saltar.

De molhar os corsários até ao rabo/rabiosque/traseiro (escolham).

De esquecer que se tem o telemóvel no bolso de trás dos corsários.

De correr mais um bocado. De brincar com a espuma branca e fofa.

De querer dar o primeiro mergulho nocturno do ano no mar.

De faltar a coragem nos restantes e do nevoeiro frio me tirar a minha.

De correr mais um bocado. De ensopar os corsários.

De sentar na areia molhada, mãos atrás das costas e o rosto voltado para o céu.

De esperar que a lua envergonhada se mostre.

De apreciar o rebentar das ondas nos rochedos.

De receber chamadas. De dizer onde estão. De combinar saídas àquela hora.

De ir para casa de alguém beber rum e cola.

De aproveitar a piscina descoberta, tirar a roupa, e dar o tão desejado mergulho.

De nadar. Mergulhar.  Apreciar a lua que se faz notar. As estrelas.

O céu que nos brinda com algodão doce polvilhado mesmo por cima de nós.

 

 

*Só faltaram os balões.