Saudades... ah saudades!
P.S. Ainda me lembro de como incorporar vídeos no blog!
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P.S. Ainda me lembro de como incorporar vídeos no blog!
E ninguém deixou dormir a melancolia. Acordaram-na. Encontro-a ainda no sofá, embrulhada no edredon, de olhar triste. Como que me pergunta se a estou a mandar embora. Sorrio-lhe, digo que não. Ainda não é hora.
Por não querer deitar-me com aquele amargo no coração, abro a porta e volto a chamá-la. Quase que a medo, com passos não tão decididos desta vez, a melancolia volta a entrar. Insisto para que se sente no sofá. Diz que não quer, que está bem de pé. Procuro desfazer-me em atenções para que se sinta novamente à vontade. Está difícil. Volto a colocar a primeira música. Repito-a.
Mesmo assim resiste. Mas eu estou decidida. Quero adormecer contigo no pensamento. Não devia. Eu sei que não devia. Mas é o que quero. E foda-se o resto. Deixo a melancolia dormir esta noite no meu sofá. Amanhã logo se verá.
Pode ser que ao acordar já não esteja cá. Só por esta noite, digo eu. Levo a música comigo. Vou ouvi-la em repeat até adormecer. Vou adormecer contigo naquele tempo em que por momentos foste meu. E eu tua. Só mais esta noite.
A primeira música convida a melancolia a entrar. Ela acede e senta-se no sofá. Oiço a mesma música umas quatro ou cinco vezes... e já ela tirou os sapatos, pousou os pés na mesinha e puxou do cigarro.
Muda a música e já uma fome do teu abraço me rói o estômago. Sucedem-se as notas, os acordes, e eu sinto o calor da vontade de te abraçar naquele preciso momento. É tão forte que o adiantado da hora e os quilómetros a fazer parecem-me insignificantes. E depois a música chega ao fim. Assim, sem aviso.
E irrita-me solenemente a puta da melancolia, alapada no meu sofá, a beber minis e a comer amendoins. Dou-lhe um estaladão e mando-a pela porta fora.