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Porque eu sou terra. Sou água. Sou chuva, rio e mar. Sou as luzes que se reflectem nas águas. Sou o crepúsculo que abraça a cidade. Fui pele, paixão tórrida e querer louco. Fui areia, sol, mar, lua e estrelas. Fui. Deixo que me invada agora o Outono e procuro que me tempere a alma e apazigue o coração. Procuro ser... Eu.
Porque este blogue tem sido pele, desejo, paixão. Porque eu tenho sido pele, desejo, paixão. Porque a tua pele me envolveu, o teu olhar me prendeu e o teu perfume me enfeitiçou. Porque por mais que procure resistir, por mais que procure ocultar e silenciar as palavras, sou pele, sangue frenético que me corre nas veias e coração que bate descompassado quando penso em ti. Em ti.
P.S.: E como a imagem do cabeçalho traduz na perfeição o que este blogue tem sido, decidi mantê-la até Setembro. Tinha planeado umas coisinhas para a altura das festas da terra - vou então guardá-las para depois.
«As paixões não têm todas a mesma duração. Há paixões de anos, meses, semanas, dias e até de poucos minutos ou segundos. A intensidade da paixão não tem nada a ver com a sua duração, embora normalmente as características de cada uma dessas paixões sejam diferentes.
Posso apaixonar-me pela mulher que passa por mim na rua, e essa é uma paixão de dois ou três segundos. Posso apaixonar-me pela mulher que está a acampar mesmo em frente à minha tenda num Verão qualquer, e essa é uma paixão de alguns dias. Posso estar apaixonado pela mulher com quem vivo e essa é uma paixão de anos ou até de uma vida inteira.
O problema das paixões é que elas às vezes nos fazem confusão. Uma paixão de dois segundos pela mulher que passa por nós na rua é um ruído de fundo na paixão de uma vida. Pode ser um ruído de fundo de apenas dois segundos mas ainda assim um ruído.
Das poucas coisas que aprendi na vida acho que esta foi uma das mais importantes. Foi o que me ajudou a eliminar esse ruído de fundo da paixão de uma vida inteira.»
Vou ter uma surpresa boa - para já não conto - mas posso dizer-vos que logo depois de almoço, aproveitei a inspiração para escrever um texto de rajada, como eu gosto. Tem a ver com um projecto novo, no qual pretendo participar. Aproveitei a dica, embalei, e adorei. Já não me lembrava de me sentir assim animada com algo que escrevesse.
E devia era aproveitar a inspiração e escrever mais uns textos da casa na praia - quem quer mais? Quem? E que tal um a pedir piscina, pele, paixão e muito mel?
Eu bato-vos, ai bato, bato - não bato nada, sois umas queridas, e eu não fazia isso. Mas começo a bloquear-vos os comentários, ai isso faço - também não faço nada disso, adoro os vossos comentários.
Quanto a assumir... bom, eu quando tiver alguma coisa para assumir, assumo, podem ficar descansadas. Aliás, quem me dera. Até lá, vou deixando o coração falar. Ou escrever. Foi o que me disseram para fazer. E isso tenho feito, certo?
Ontem, houve um determinado post - este aqui - que arrancou uns comentários decididamente inspirados - cá para mim, anda toda a gente a ler/falar/escrever com o coração, só pode. Aqui fica a prova:
I was a heavy heart to carry, my beloved was weighed down. My arms around his neck, my fingers laced to crown.
I was a heavy heart to carry, my feet dragged across the ground... and he took me to the river, where he slowly let me drown.
My love has concrete feet. My love's an iron ball. Wrapped around your ankles... over the waterfall.
Cala-me. De paixão. Atordoa-me. De querer. Sufoca-me. De desejo. Mata-me. De prazer. Morde-me o pescoço, os ombros. Marca-me a pele. Tolda-me o espírito. Acorrenta-me. Prende-me com a paixão. A ti, a ti, a ti.
Encaixada, enlaçada. Presa, perdida. Os meus braços, no teu pescoço. Os teus, sustentam o peso do meu corpo. A minha boca, na tua pele. A tua, desvairada, morde, beija e marca. As minhas pernas envolvem-te pela cintura. As tuas, encaminham-nos para o mar.
Corpos entrelaçados sob um manto escuro, sobre uma cama molhada. E a água fria beija-nos a pele. Arrepia a exultação dos corpos na água. A animação do teu... no meu. E do meu, do meu, do meu...
Abraço. Arranho. Beijo. Mordo. Sacio a fome. A fome... Mitigo a sede. A sede... Do teu corpo. Da tua boca. De ti.
Solto o teu pescoço. Deito as costas no mar. Pairo sobre a água. Agarro o céu. As tuas mãos comandam sucessivas invasões. Fortes e destemidas.
Abrandas o ritmo. Avanças... e eu deliro. Recuas... e eu espero, insaciável.
A cadência das estrelas. O compasso do mar. O balanço dos corpos. O batimento do coração. A força maior que rege o universo.
E eu sou tua. E tu, meu. E eu recebo-te, todo. Em mim, em mim, em mim.
This will be my last confession... I love you never felt like any blessing. Whispering like it's a secret, only to condemn the one who hears it with a heavy heart. I was a heavy heart to carry, my beloved was weighed down. My arms around his neck. My fingers laced to crown.
I was a heavy heart to carry
But he never let me down
When he had me in his arms
My feet never touched the ground
Mas a culpa nunca morre solteira e, até nisto dos tsunamis, há sempre uma segunda parte da história. A parte onde nós entramos, como maremoto. É que ao contrário do que se pensa e do que se diz, o maremoto não é sinónimo de tsunami, como a paixão não é sinónimo de amor. O maremoto é o que dá origem ao tsunami. Numa linguagem afectiva, é como se o maremoto estivesse para o tsunami, como a paixão está para o amor. Da primeira nasce o segundo. Ou não. Porque nem todos os maremotos viram tsunamis. Depende... das ondas sísmicas, do deslocamento das placas, das condições climatéricas... é um efeito provável, mas não tem uma relação 100% segura de causa efeito.
por Miss Glitteringin às 9 no meu blog
Guardo este texto em rascunho desde Janeiro, o mês em que com ele me deparei. Por sentir que na altura, me dizia tanto, pedi-o emprestado. Até agora, e nem sei bem porquê, não me tinha decidido a publicá-lo. Hoje, percebo que os efeitos do maremoto ainda se fazem sentir. E agora é chegado o momento de o publicar.
Reitero ainda o que senti na altura:
Encaixa que nem uma luva - em mim, e ao maremoto que se forma agora. Se resultará em tsunami, não sei, não tenho como saber. Só me resta mergulhar e nadar. Nada mais.
Ao longo dos séculos, a tentativa vã de procurar definir o amor, traduziu-se nas mais belas obras; inspirou poetas, músicos e pintores. Inspiração, encantamento, exultação - o amor é tudo isso e muito mais.
Dou por mim a pensar, que o amor não se deve procurar definir. Deve sentir-se. De todas as formas. Na verdadeira acepção da palavra. Não se deve procurar entender, ou sequer perceber. Deve sentir-se. Deixar que nos empole o coração, nos faça ferver o sangue, nos arrebate os pensamentos. Porque a verdade é uma e só uma, quando o amor polvilha a nossa vida, seja de que forma for, tudo nos parece sorrir. A vida parece sorrir. Há aquele brilho no ar, aquele encantamento, aquela energia que parece destilar de todos os poros. Enfrentamos o dia, a noite, o trabalho, as viagens, o trânsito, as filas, a ida às compras, com outra disposição. Até aqui, concordam comigo?
Amor. Talvez não devesse usar tão libertinamente este vocábulo. Amor e/ou paixão - continuo sem procurar diferenciar os dois, pois para mim, são o mesmo. Um faz parte do outro. Quando me refiro à paixão, refiro-me à paixão carregada de sentimento, aquele sentimento que é efusivo, explosivo até, aquele sentimento que nos consome. Mas aliado a esse sentimento, está o outro, de querer o regaço, o colo, de querer deitar no sofá, deixar a chuva cair incessantemente lá fora, e o mundo parecer reduzir-se a dois corpos, a dois seres que se deleitam na companhia um do outro, a duas almas que dançam ao som da chuva, embalada pela música que toca cá dentro.
Seja qual for o tipo de amor a que nos encontramos presos - pode ser um amor platónico, por aquele ou aquela a quem nunca ousamos dirigir uma palavra, na viagem diária no metro, aquela tão ansiada viagem que imperceptivelmente, ou não, se tornou o ponto alto do dia. Aquele ou aquela a quem beijamos com o olhar, a quem acariciamos com os nossos pensamentos.
Pode ser um amor antigo, o primeiro, quiçá, que nos marcou de tal forma que pensamos jamais poder voltar a sentir o mesmo. Ou outro amor, que não o primeiro, e que nos tenha marcado dessa mesma forma contundente. E aí ficamos, no limbo, presos àquele sentimento.
Pode ser um amor que nos arrebatou, assim, sem contar, que nos prendeu com a doçura das palavras. Amor que começa com palavras. Amor que já existia antes mesmo dos olhos se encontrarem, dos lábios se beijarem, das peles se tocarem.
Amor. O que será isto do amor? Este sentimento que corrói e enleva.
Rendida. De corpo. De coração... e seguramente, de alma. Já nada a prende. Já nada me segura. O meu corpo nos teus braços, teu, todo teu, prostrado, consumido apenas pelo desejo. Querendo apenas volatilizar-se no fogo da paixão. Procurando tornar-se étereo.
Impele-me. Exalta-me. Exulta-me. Eleva-me... ao infinito.
E deixa-me depois flutuar em queda livre até ser amparada pelos teus braços.
Um festival de fogo de artifício colorido parece pender sobre nós. E eu flutuo... flutuo. Sem corpo, sem massa, suspensa da força da gravidade. O meu centro és tu. És tu quem me comanda. És tu quem me dirige. És tu quem me move. És tu quem me faz levitar.
Flutuo como uma pena... e flutuando, perco-me. Viajo sem corpo. E sinto o fogo que o imola. O fogo que me consome. E aos poucos... volto a mim. Volto para ti. Quero-te. Quero-te. Quero-te. Agora e sempre. Quero-te outra vez. Deixo-me regressar aos teus braços, deixo que a minha alma penetre docemente no corpo... e assim possa recuperar algum controlo sobre mim. Sobre ela. Sobre a minha própria vontade.
E assim possa dizer-te, ou mostrar-te que te quero... de novo. Toma-me outra vez. Possui-me. Faz de mim tua novamente. Faz de mim tua!