Logo à noite, ao chegares, àquela casa na praia, aquela, sem vizinhos por perto, vais encontrar o ambiente quente, envolvido pelos aromas do jantar. O vento vindo das ondas, acaricia a vidraça húmida pelo calor que se faz sentir. Olhas pelo vidro ressoado, que apenas te deixa vislumbrar as sombras que dançam no interior. Estás avisado. Prepara-te: quero-te ao jantar.
A mesa posta. Uma rosa escarlate, colocada na jarra quadrada de vidro. Uma só rosa. Sobre a mesa de madeira maciça que escolhi. Aquela mesa que me encantou, de aparência robusta e linhas sólidas... e suave, tão suave ao tacto. Tinha de ser minha. Tinha de a ter. Tenho-a. Começo a pensar que em tudo o que faço... tenho segundas intenções. Em tudo. Estás avisado. Prepara-te: quero-te ao jantar.
O jantar pronto a ser servido. O vinho aberto, e já servido nos copos. Eu, de cabelos soltos, envergando apenas a tua camisa cinza... aquela, que eu adoro. Aquela que comprei para ti... mas na verdade, para mim. Prendes o teu olhar nos meus pés descalços, e contornas os tornozelos, a barriga da perna, tudo com o teu olhar. Sobes, vais subindo, tão morosamente como se quisesses absorver cada centímetro da minha pele. Estás avisado. Prepara-te: quero-te ao jantar.