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Mordia-te agora o lóbulo da orelha, no escuro, sem que ninguém visse, sem que ninguém desse por ela. Sem encostar o meu corpo ao teu. Assim, ao de leve. Mordia-te... e afastava-me.
Voltava a aproximar-me de ti... e afagava o teu pescoço apenas com a respiração.
Afastava-me de novo, mordendo os lábios. Assim, como os mordo agora...
Ao voltar a aproximar-me, ofuscava-te com o brilho dos meus olhos, e encurralava-te num canto.
No escuro, sem ver, as minhas mãos percorriam o teu corpo, ávidas de desejo.
Enlaçava-te. Prendia-te num abraço que diz tanto. Deixava que os nossos corpos, colados, lessem o desejo à flor da pele. Deixava que falassem... um com o outro... a comunicação ao mais alto nível.
Deixava que o meu corpo transmitisse ao teu, o desejo... este desejo...
Acariciava o teu rosto com o meu. Deixava que a tua boca, sentisse a minha, assim, tão perto. Provocava-te. Deixava-te sentir o calor da minha boca, os meus lábios quentes na tua pele.
Desabotoava a tua camisa, e beijava-te os ombros. Deslizava os meus lábios nos teus. Mordia-os de novo. Os meus. Depois os teus. Encostava-te à parede.
E aí sim... lançava a minha boca na tua, e o meu corpo contra o teu.
Aí sim, o meu corpo mostrava a sofreguidão com que espera pelo teu.
E perdia-me. Sim, perdia-me. Mordia-te. Beijava-te. Mordia-te.
Pudesses tu imaginar... o que te fazia agora.