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Blue 258

Blue 258

...

#52 Diz-me que me amas

20
Jan11

 

Diz-me que me amas, em sussuro, ao ouvido. Olha-me nos olhos e sorri, com esse sorriso que me encanta... que me estilhaça a alma! Exala as palavras mais uma vez no meu pescoço. Escreve-as novamente nos meus ombros. Marca-as na minha pele. Tatua o meu corpo com o teu amor.

 

Envolve a minha pele na tua, enquanto que os lençóis voam ao sabor da paixão. Perde-me nos teus braços. Solta-me. Liberta-me. Enleva-me. Abraça-me: é nos teus braços que me quero encontrar de novo ao regressar. Ao voltar... e de cada vez que volto... a ti.

 

Deixa que a luz do sol me desperte. Não, não corras as cortinas. Não saias do meu lado, nem por instantes, não, não descoles o teu corpo do meu. Agora sou eu que te abraço. Que te envolvo. Que marco o teu corpo com amor. Deixa que a manhã nos encontre assim, por entre o tumulto dos lençóis.

 

O meu corpo, em cima do teu, segue a cadência do mar... aquela cadência que tantas vezes se impôs aos nossos corpos. A maresia desperta-nos os sentidos, e, não tarda nada, o mar revoltar-se-á por não acompanhar a cadência que descrevemos. As ondas quebram nos rochedos negros, e jazem depois, extenuadas, no areal molhado, na praia que espera por elas. Naquela praia. Naquele lugar. Junto à casa na praia, aquela, sem vizinhos por perto.  

 

 

E agora sou eu que te digo: meu amor, mais uma  vez... mais uma vez.

 

 

 

mas eu descobri a casa onde posso adormecer
eu já desvendei o mundo e o tempo de perder
aqui tudo é mais forte e há mais cores no céu maior
aqui tudo é tão novo e o que pode ser amor

e onde tudo morre tudo volta a nascer
em ti vejo o tempo que passou
vejo o sangue que correu
vejo a força que me deu quando tudo parou em ti
a tempestade que não há em ti
arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar

já é dia e a luz está em tudo o que se vê
cá dentro não se ouve o que lá fora faz chover
na cidade que há em ti encontrei o meu lugar
e é em ti que vou ficar.

 

 

 

 

 

...

14
Set10

Admiro entontecida as cintilantes luzes da cidade reflectidas nas águas serenas do rio. E é o teu sorriso que vejo. A cidade tranquila. E é em ti que penso. E indago o porquê deste sorriso parvo que assoma aos meus lábios. De cada vez que penso em ti. De cada vez. E hoje não me saíste do pensamento. Levei-te logo pela manhã comigo. E permaneceste no meu sorriso. O dia todo.

 

Hoje, durmo abraçada a ti. Sonho nos teus braços. Abraça-me bem.

 

 

Deitados no leito do rio, beijo-te vagarosamente a pele. Embriago-me no teu perfume. Delicio-me com o teu cheiro. Embargo as palavras na tua boca. E entrego-me. Sim, entrego-me. Desnuda. A ti. A ti. A ti.

 

 

 

 

Aconteceu... e por me teres feito cego, recordo o sabor da tua pele e o calor de uma tela que pintámos sem pensar. Ninguém perdeu, e enquanto o ar foi escuro, despidos de passados, talvez de lados errados, conseguiste-me encontrar.

Foi dança, foram corpos de aço entre trastes de guitarras que esqueceram amarras e se amaram sem mostrar.
Foi fogo que nos encontrou sozinhos, queimou a noite em volta, presos entre chama à solta, presos feitos para soltar... Estava escrito. E o mundo só quis virar a página que um dia se fez pesada...

 

E o suor que escorria no ar, no calor dos teus lábios, inocentes mas sábios... no segredo do luar. Não vai acabar. Vamos ser sempre paixão. Vamos ter sempre o olhar ao nível de ninguém. Dei-te mais...! Valeu a pena voar... Estava escrito. E a noite veio acordar a guerra de sentidos travada num céu.

 

Nem por um segundo largo a mão da perfeição do teu desenho e do teu gesto no meu... foi como um sopro estranho... e aconteceu...

És fogo em mim, és noite em mim. És fogo em mim.