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Blue 258

Blue 258

...

Hello stranger

07
Nov19

Estava eu a fazer nem sei bem o quê, enquanto tocava uma playlist de Angus e Julia Stone. Tinha-me apetecido voltar a ouvi-los: aquela música tão boa e boa onda que ouves e volta e meia vais cantando parte da letra. E eis que a lista de reprodução chega a esta música:

Foi quando parei por um segundo o que-quer-que-seja-que-estaria-a-fazer-no-momento para ir espreitar que música era - Stranger - e me lembro de ti. E como voltei a escrever no blogue, pensei, why not? Esta é para ti.

Cause it's been so long,
Since you've been round.
I've never missed a stranger before.
I think it's nice
It's Judas's call
I've never missed a stranger before, like you.

Para ti, enquanto não dou à costa.

07
Abr17

...

06
Mar16

que nunca te chegue o que não te enche as medidas até transbordar. mas que não te encha de sufoco. sufoco só de sorrisos, de amor que não te caiba no coração, na alma, no corpo todo. que nunca te chegue o que não te faz sentir tanto. que nunca te chegue o que não te toca por dentro. que nunca te chegue o que não te brilha nos olhos e no sorriso. que nunca te chegue o que não te abraça com sabor a casa. que nunca te chegue o que não te salva do mundo. que nunca te chegue o que não te sabe ver de olhos fechados. que nunca te chegue o que não te sabe ouvir em silêncio. que nunca te chegue o que não muda o teu mundo. que nunca te chegue o que não te quer para sempre. que nunca te chegue o que não te cura o coração. que nunca te chegue o que não é amor. nunca menos que amor. que nunca te chegue o que não chega para ficar.

 

(a minha) menina dos abraços

 

 

E eu fico feliz. Fico feliz por saber o que quero, por saber (cada vez mais) quem sou. Posso ainda não saber para onde vou, mas sei que sigo caminho para algum lado. Parar é morrer e eu gosto de ventanias; deve ser por isso que adoro as caminhadas ao longo da praia e nunca me importo com o vento que me assoberba, quase me sufoca. Mas agora eu sei, agora eu sei que só o vento o poderá fazer e porque eu quero, porque eu deixo. Porque o vento pode atrapalhar-me a respiração, mas eu sei que logo a seguir inspiro profundamente e mostro quem é que manda. Deve ser por isso que sempre adorei mergulhar e só agora me apercebo disso. E nadar: a liberdade que sentimos.

E eu fico feliz. Fico feliz por continuar a encontrar o que sinto nas palavras dos outros.Porque andava eu a pensar nisto e eis que leio exactamente o que andava a sentir. Fico feliz por existirem pessoas assim, que são tanto, no meu mundo. Fico feliz porque me completam, porque me sustêm, porque são (lá está) o meu porto de abrigo. Fico feliz por ter tido quem me mostrasse que deixar que me sufoquem está errado. Fico feliz pelas pessoas que entraram na minha vida e me ajudaram a crescer. E devo-lhes tanto. E por isso também fico feliz. 

Oh, let me wear your overcoat, my bones are super chill and all the ponies have gone home

08
Dez14

Porque é Dezembro, e o frio já se instalou de mansinho, o frio, aquele friozinho tão bom, que chama a cada esquina das cidades iluminadas, que pede a lareira acesa, o agasalho de lã, o cachecol envolto no pescoço e as mãos nos bolsos. E é quando te vejo (imagino) na rua,  de sobretudo elegante, charme nos lábios e o mesmo brilho no olhar. E é quando me perguntas: és tu, és mesmo tu? E eu apenas te respondo: Não vês o brilho no meu olhar e o sorriso nos lábios?

 

Wonderful Unknown (feat. Greg Laswell) by Ingrid Michaelson on Grooveshark

 

Cinco minutos e um segundo de música é quanto dura este abraço. Para continuar, press replay or repeat :)

Cartas a ti #1

06
Nov13

Pego numa folha amachucada que tinha guardada e volto a ler o que agora me parecem notas soltas do que pensei enviar-te da última vez em que me sentei a escrever cartas. Aliso-a o melhor que posso, e nem sei o que te diga: não eram as palavras erradas, não estavam elas mal escritas. Daí alisar o papel e procurar reanimar a tinta das palavras.

 




5 de Novembro

 

Meu querido, 

 

   Como estás? Como tens passado? O que é feito de ti? Por onde correm os teus passos calmos, onde pára a tua certeza, onde mora a tua confiança? Onde te demoras tu?

 

Começo logo por te bombardear com perguntas, já sabes como sou e eu sei que sabes e aceitas daquela forma que não pede concessões. Aquela forma que até poderia ser dos outros mas que nunca é porque nela colocas tanto de ti; uma forma que eu agora sinto que só podia ser tua.

Sabes que por vezes tenho vontade de conhecer o teu fim de tarde? Perguntar-te como foi o dia. Saber como foi o acordar e o pequeno-almoço no café da esquina. Como foi o teu café depois de almoço. Saber de ti. Saber-te feliz. E enquanto conversamos, perguntas-me pelo meu dia e eu aproveito para contar-te...

 

Contar-te o meu dia, este dia, porque nem todos os dias são dias de te encontrar e abraçar a saudade deste tempo que já foi tanto tempo, tempo que parece não querer parar, tempo que continua a contar os dias, as horas; perde-se nos minutos e já nem conta os segundos. E é nestes dias que aproveito o bálsamo de um abraço, o sossego de um porto seguro, o aconchego do brilho de um olhar.

Dizer-te que hoje decidi, assim do nada, mas a querer algo em concreto, brindar o jantar com um belo tinto.  Abri a garrafa, quase  não deixei respirar e enquanto cozinhava, pensava: não há datas a celebrar, não é uma ocasião especial. Eu não preciso de um motivo qualquer para mimar o dia!, disse para mim mesma e sorri.

 

 

Enquanto te escrevo, tenho uma música a tocar em repeat; faz-me lembrar de ti de uma forma que eu não consigo precisar nem explicar. Sei não precisar. Quis enviar-ta (ei, não há por aí um cd com o meu nome?); juntá-la a esta carta porque a música sempre teve significado, e transcrever parte da letra que me diz tanto e faz sorrir.

 

 

Take me back to your place, 
Show me how to dance 
Let’s go watch the sunset 
With me in your hands 

Fly me on a jetplane, 
Take me to the moon, 
Wherever you go, 
I’ll follow 

 

 

Sabes o que é uma recordação querida? Uma memória que ganha corpo, e eu não sei se é do vinho, do aroma que se instalou pela casa, mas imagino que a poderia guardar numa caixinha. Como um tesouro. 

Ouve. Escuta. Sorri. Discorda ou concorda. Neste refrão vejo a tua cara. Será que ainda te percebo e tu  a mim?

 

Take me in your mustang, 
Let’s go cruise the streets, 
We’ll stay young forever, 
Cos love knows my beat 



Pergunto-me se o dia de hoje marca alguma coisa em especial. Passada. Pelo menos uma coisa te digo: marca o dia em que finalmente me sentei e escrevi uma carta para ti.

 

 

Um abraço. Daqueles. Do tamanho do mundo.


Da tua Blue.



E por falar em abraços...

10
Fev11

Quando me dás um abraço, porra? Parece que tens medo que te arranque algum pedaço... tu sabes que eu me sei comportar, não sabes? Só abuso das palavras, e mesmo dessas, com jeitinho, e só de vez em quando. Eu não sei o que te diga, gostar é um eufemismo, amar é... parece-me pouco, tão pouco, tão subestimado e ao mesmo tempo tão sobrevalorizado. Hoje diria que te sinto. Sinto-te. Tanto.

 

E esta, esta música, veio ter comigo... é minha, tão minha. Sou eu. Hoje, sou eu.

09
Fev11

 

 

 

 

"Estou em mim como um soldado que deserta, dá meia volta ao mundo em parte incerta. Não sei como cheguei aqui... quis ser tudo.

Estou mais só do que sozinho, chega mostra-me o caminho, leva-me pra casa. Corre, vem depressa, o tempo voa, só anda às voltas, dá um nó...

 

Não sei como cheguei aqui

Quis ser tudo

Estou mais só do que sozinho
Chega mostra-me o caminho
Leva-me p'ra casa

O tempo voa... o tempo voa

Nem sei como cheguei aqui..."

 

 

Tu, sim tu, tu, chega aqui, mais perto, aproxima-te, mais, mais um pouco, quero falar-te ao ouvido, em sussurro, chega aqui, bem juntinho de mim, mais, mais perto ainda, vou falar-te ao ouvido. E sussurro, devagarinho, tão devagarinho, e páro, olho-te nos olhos, sorriem-me, só eles ouviram, tu não, e eu sorrio também, e os meus brilham, brilham tanto, mas tanto, e eu volto a falar-te ao ouvido, assim devagarinho... ouviste? Ouviste agora?

Chego mais perto, mais perto ainda, encosto o meu corpo ao teu, envolvo-me no teu calor, entrego-me no teu abraço e rendo-me ao teu colo. Posso dormir no teu colo hoje? Deixa-me sonhar contigo... Deixa.

 

 

 

Uma gota só... de loucura

09
Fev11

A minha Dani, sim, minha, porque também é minha, tão minha, um pedaço minha, um pedaço que é tanto, a minha Dani, já há muito que tem um dedinho para escolher as músicas, e hoje, hoje, pedi-lhe, pedi uma música, queria uma música, porque eu queria, e porque sim. E foi esta. E, como sempre, ela tem o dom de acertar. E a música é linda e ela é linda e eu hoje estou numa de dizer tudo assim de rompante. Tudo de uma vez, sem parar para respirar, sem parar para pensar.

 

 

 

 

 

"Eu sinto os teus passos, na escuridão. Pressinto o teu corpo no ar, aqui... E vou como se o mundo todo fosse sugado para dentro de ti e não houvesse nada a fazer senão deixar-me ir. Pressinto os teus gestos, quando não estás... Procuro os teus sonhos, perdidos
E hoje mais que qualquer outra noite, há qualquer coisa que me fere, que me faz querer tanto ter-te aqui... não importa que às vezes tudo é breve como um sopro, não importa se for uma gota só de loucura que faça oscilar o teu mundo e desfaça a fronteira entre a lua e o sol.

Se o gesto cair assim, despedaçado, se eu não souber recolher, a dor, se te esperar a céu aberto onde se esconde... O que tu és que eu também sou. É que hoje mais que qualquer outra noite, há qualquer coisa que me fere, que me faz querer tanto ter-te aqui...

Não importa se às vezes tudo é breve como um sopro
Não importa se for uma gota só
De loucura que faça oscilar o teu mundo
E desfaça a fronteira entre a lua e o sol"

 

 

 

 

E tu, tu, sim tu, tu que tens uma tag que preenche este blog, tu que és tanto mas tanto, porra tanto, e eu que sou parva, que sou uma tonta, que fazia melhor se estivesse calada, mas olha, hoje, hoje, sinto-te tanto, mas tanto, mas tanto... como se estivesses aqui. Pareço sentir o teu cansaço e quero, mas quero tanto, despir-te o casaco, massajar-te os ombros, beijar-te na testa, nos olhos, no rosto, no pescoço, nas mãos. E sim, hoje sai-me isto tudo, é parvo eu sei, que raios tenho eu hoje, que sinto, que te sinto, assim. Tanto.

 

Cartas à Mil Vezes Mais #2

01
Fev11

Minha querida MVM,

 

Ainda na semana passada te escrevi, e hoje, sinto ter de te escrever de novo. Apetece-me reler. Reler-me. Relê-lo. Mas sei que no meu blogue não consigo voltar atrás. Não me sinto capaz de reler o tanto que escrevi. Apetece-me voltar atrás no dele, encontrar de novo os pedacinhos que foram meus, que são meus ainda. Sinto que ao mergulhar neles de novo, o sinto mais vivo, mais presente em mim. E sinto precisar disso: de o sentir vivo em mim. De o sentir mais perto.

Amanhã é quarta-feira, e havia um ritual de lhe ligar quase todas as quartas-feiras. E hoje ainda é terça-feira... e já me apetece ligar-lhe. MVM, eu não posso ligar-lhe todas as semanas! Eu não posso dizer-lhe que o quero ouvir, uma vez mais. Eu não quero que pense que...

Que raios faço eu com esta vontade... que me aparece, assim, de mansinho... por vezes ao cair da noite, outras logo ao acordar? Que raios se faz com este sentimento que nos inunda a alma? Será da fase da lua? Do movimento da Terra? Do alinhamento dos planetas? O que será que volta a acordar aquilo que eu pensava adormecido?

Sabes o que seria perfeito? Embalar esta melancolia no doce colo dele. Perfeito. Perfeito. Perfeito. Seria... perfeito. Sim... Perfeito.

 

 

Um abraço, Blue.

 

 

P.S. A nossa amiga Dani, tem o dom de acertar nas músicas. Regra geral, traduzem o que sinto, o que estou a sentir, os caminhos por onde o pensamento se emaranhou de novo nas recordações. Ontem, colocou-me este link, assim, de mansinho, sem dizer nada. Parece que adivinha. Desta vez antecipou-se. É a música que oiço agora enquanto te escrevo. São as notas desta música que acariciam o contorno do rosto dele... tão presente ainda. Tão... tudo.