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Blue 258

Blue 258

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06
Fev11

«Não se pode ter o céu e a terra»

 

E eu não sei se ria ou se chore. Isto está aqui a martelar-me a cabeça impiedosamente. E porquê? Porque se pode. Pode ter-se o céu e a terra. Pode. E é por os termos em certos momentos que nos restantes nos inunda a insatisfação do vazio. É por em certos momentos os segurarmos numa só mão, que nos restantes juntamos as duas, em forma de prece e dizemos: porquê, Meu Deus, porquê?

Eu sei que se pode ter o céu e a terra (e sim, deveria tê-lo escrito com maiúsculas, mas o significado está todo cá). Eu já os tive. E a verdade é que tendo-os uma vez, queremos tê-los sempre. E até os termos de novo, reina a insatisfação do vazio. 

 

 

 

 

Até os termos de novo, nem que por momentos. Mas um momento não chega. Não basta. Não.

Somos seres insatisfeitos, perdidos, errantes. E deixamos que o vazio reine. Não poderíamos ser mais insatisfeitos, perdidos e errantes. O vazio mata tudo. E nós deixamos.

Eu não sei quem trago comigo (quer dizer, lá no fundo, até sei - sabe o coração, que é parvo)

09
Nov10

 

Eu fui devagarinho, com medo de falhar, não fosse esse o caminho certo, para te encontrar. Fui descobrindo devagar... cada sorriso teu. Fui aprendendo a procurar, por entre sonhos meus. Eu fui assim chegando, sem entender porquê. Já foram tantas vezes tantas... Assim como esta vez. Mas é mais fundo o teu olhar, mais do que eu sei dizer. É um abrigo pra voltar ou um mar pra me perder.

 

Lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade. A gente finge mas sabe que não é verdade. Foge ao vazio enquanto brinda, dança e salta. Eu trago-te comigo... e sinto tanto, tanto a tua falta.

 

Eu fui entrando pouco a pouco. Abria a porta e vi que havia lume aceso e um lugar pra mim. Quase me assusta descobrir que foi este sabor que a vida inteira procurei,  entre a paixão e a dor.

 

Lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade. Gente perdida balança entre o sonho e a verdade, foge ao vazio, enquanto brinda, dança e salta. Eu trago-te comigo... E sinto tanto, tanto a tua falta.

 

 

 

P.S. A minha menina dos abraços tem uma pontaria...

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28
Out10
«Ele partiu antes de tempo. Se é que existe um tempo nisto das partidas ou nas coisas da paixão. E isto não era mais que coisas da paixão.

Ele partiu e ela só se permitiu dizer espera quando tudo em si teve a certeza de que ele não poderia já ouvi-la. Depois disse baixinho era tempo, à espera que a voz enchesse de qualquer coisa o vazio. Sabendo que não há tempo nisto das esperas e que as esperas têm tudo menos tempo. Não há tempo nas coisas da paixão.»



Ana, no Fogo Posto




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30
Ago10

Sempre aceitei o que me estavam dispostos a dar. Pouco ou muito. O que fosse. Sempre aceitei o amor que se dispunham a conceder-me. Sempre fui assim. Toda a minha vida. E a minha vida tenho-a vivido eu. Percebo agora que isto não é forma de ser. De viver. Mereço mais, muito mais. E  começo a ver que estou disposta a bater com o pé e a barafustar por tudo aquilo a que tenho direito.