Yeah, you bleed just to know you're alive
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
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And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
Lábios pintados de vermelho.
Quero pintar as unhas de vermelho. E os lábios. Maquilhar os olhos de preto. Quero vestir aquela blusa de seda encarnada. E as calças pretas. Aquelas, que eu adoro. Quero calçar os meus sapatos pretos preferidos, aqueles, de salto alto e pele vermelha no interior. Cabelo solto, aberto às paixões.
Quero o contraste do preto e do vermelho. O preto, forte, determinado, impassível. O vermelho, do sangue, do fogo, da paixão. Quero esquecer o cinzento deste dia.
Sexta-feira, 13. O vento que corre tresloucado, rugindo como um animal feroz, ferido e acossado, procurando agora, acossar tudo e todos - lançando a revolta no ar, encrespando o mar.
Chego a casa, aquela, na praia, sem vizinhos por perto. Já lá estás. Fecho a porta atrás de mim, procurando conter toda a fúria enraivecida lá fora. Lá fora... E entro noutro mundo.
A mesma lugubridade das músicas de ontem, continua a tocar. Aromas de ervas e especiarias insinuam-se timidamente. Tu, junto à mesa de madeira maciça - aquela... e num instante, já os meus pensamentos voam de encontro a doces recordações... obrigo-me a voltar a ti: as mangas arregaçadas, os teus braços... as tuas mãos... o teu olhar... o teu sorriso... Fazes-me perder a cabeça, só de olhar assim para ti.
Flutuo até ti. Perco-me na tua boca, encontro-me no teu beijo. Falas. Dizes ter pensado nesta surpresa ontem - a propósito da camisa de seda encarnada... Eu, escuto. Mostras-me com o olhar o que eu ainda não vi em cima da mesa. Reparo então... A mesa posta. O serviço de fondue. Os molhos já nas suas tacinhas individuais, a entrada, o acompanhamento... a carne que ainda cortas. O vinho à espera de ser servido. Rosas. Rosas vermelhas. Outrora as minhas preferidas... e às quais ainda me rendo, ocasionalmente. Nunca se consegue largar assim, algo de que se gostou tanto. Pelo menos, não totalmente. Não completamente.
Rosas encarnadas. Concentradas na jarra quadrada de vidro. Dispersas sobre a mesa. Algumas, encaminham para o sofá. Uma só, na mesinha junto à lareira, acompanha as duas flûtes que nos esperam. Champagne e cassis. O doce e o agreste. Que surpresa deliciosa!
Aproximo o meu corpo do teu. Os meus lábios procuram os teus. O meu olhar prende-se no teu... e o teu no meu. Solto-me e digo: volto já. E tu sorris, encantado.
Ao voltar, encontro-te ainda de pé, em frente à lareira, dedos entrelaçados na flûte. O sorriso mais delicioso, estampa-se nos teus lábios. Vestida de cetim vermelho, curto, apenas as alças propositadamente finas me tocam nos ombros. Sabes o que dizem... o vermelho atrai boas vibrações.
Beijas-me. Beijo-te. Beijamo-nos. Beijas-me no pescoço, nos ombros desnudos... páras, e dizes: sabes que adoro rosas. E beijas a rosa negra tatuada na pele... essa, negra, para sempre negra... e acabamos, os dois, deitados... sobre uma cama de pétalas escarlate aveludado.